Enquanto estados do Norte e do Nordeste do país sofrem com fortes chuvas e alagamentos, a Região Sul do país vive situação oposta. A estiagem já provoca prejuízos no setor agrícola.
No Rio Grande do Sul, 138,8 mil propriedades rurais foram afetadas e mais de 5 mil famílias não têm acesso à água. No estado, 110 municípios relataram efeitos da estiagem. Desses, 96 publicaram decretos de situação de emergência.
No Paraná, a expectativa era de que chovesse 2.029,6 milímetros (mm), mas no último mês choveu apenas 941,2 mm. Em Santa Catarina, as regiões mais afetadas pela estiagem são o extremo oeste, o oeste e o meio oeste do estado. Nessas localidades, a média de precipitação foi de 20, 31 e 46 milímetros, respectivamente. O esperado, no entanto, era uma média de 150 mm.
A principal preocupação do governo catarinense é com a safra de milho. E uma colheita menor deve impactar diretamente as cadeias produtivas de carne e leite. O secretário da Agricultura, da Pesca e do Desenvolvimento Rural do estado, Altair Silva, alertou para uma redução de até 50% da safra. “Nós esperávamos uma safra voltando à normalidade com 2,7 milhões de toneladas colhidas, já estamos revendo esses números e talvez nossa colheita não passe de 1,9 milhão de toneladas”.
A situação motivou um pedido de ajuda ao governo federal. Representantes dos estados do Sul, além do Mato Grosso do Sul, cuja parte do território também sofre com a estiagem, se reuniram com um representante do Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento). O desejo dos estados é a criação de um crédito emergencial para aqueles produtores que perderam sua fonte de renda.
Os gestores estaduais também pediram a liberação do Proagro (Programa de Garantia da Atividade Agropecuária) para atender os agricultores. O Proagro retira as obrigações financeiras relativas a operação de crédito rural de custeio, cuja liquidação seja dificultada pela ocorrência de fenômenos naturais que atinjam rebanhos e plantações.
*Agência Brasil