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Estâncias do Alegrete

Está série é sobre as histórias daqueles estabelecimentos rurais onde os povoadores dos campos do Alegrete começarão a cuidar das suas criações e se fixaram permanentemente

Estância significa: lugar onde se está ou se permanece, morada, estação, mansão, paragem, etc. Os povoadores primitivos dos campos precisavam de lugares onde pudessem se fixar permanentemente, para poder cuidarem das suas criações e defendê-las de ataques ou roubos.

No Rio Grande do Sul a estância foi criada pelo padre jesuíta Cristóbal de Mendonza Orellana em 1634, preocupado com a fome que assolava as Missões, trouxe da Argentina 1000 cabeças de gado bovino. Este gado foi distribuído em estâncias, sendo que algumas delas ficavam distantes das Missões, por essa razão, os índios foram treinados para andar à cavalo e passaram a ser chamados de “vaqueiros”.

Começaremos uma série sobre as estâncias do nosso Alegrete, contando histórias antigas e atuais de cada uma delas.

Estância da Taleira

 A Estância da Taleira, propriedade da família, Marcial Estivalet Dorneles, Mara Rejane Ribeiro Dorneles, Marcial E.D. Junior e Marci Ribeiro Dorneles. Sendo que o Marci é quem administra a propriedade que tem 2.200 hectares.

Marci é formado em Zootecnia, 1990 na UFSM de Santa Maria e proprietário rural. Sua vida profissional começou assim que se formou, estagiou na Cabanha São Marcos. Seu avô arrendou um campo, onde ficou até 1992, 6 quadras no Jacaquá.

Depois seu avô lhe entregou uma estância que era na Queromana, onde trabalhou até 2017. Daí então, comprou a estância da Taleira, bem maior e com campos melhores para a pecuária. 

Taleira é uma árvore que o fruto tem uma casca que estala, isto porque antigamente se podia ouvir o estalar da casca desses frutinhos nos bicos das maritacas e outros papagaios.

A principal atividade produtiva é a pecuária de corte e ovinocultura de lã. Arrenda parte do campo para plantação de arroz. Ele conta, que tiveram uma evolução dentro da pecuária, trabalham com cria e recria, cruzando o gado e usando inseminação artificial, desmame precoce também para aumentar os índices.

Nos últimos anos alcançaram o índice de natalidade de 80% sobre todas as fêmeas da propriedade, a média no RS é em torno de 50%. Fez muitos melhoramentos zootécnicos na propriedade e sempre laborando dia a dia. Implantando novas tecnologias sempre, mas nunca esquecendo a tradição da família, usa muito planilhas Excel para maior controle, o que faz com que a propriedade fique mais organizada para trabalharem.

Usa no planejamento genético cruzar Aberdeen Angus com Senepol, é uma raça bem difundida no Paraguai e que está entrando forte no centro do país, e ovinos Ideal com Merino Australiano. Os cavalos são de raça Crioula e Quarto de Milha.

Comercializam com empresas gaúchas como a Cordeiro Sul, onde vendem os cordeiros e a lã comercializam com barracas de Alegrete, que depois vendem para o Uruguai, geralmente. Possuem internet na propriedade e tronco de contenção com balança eletrônica, na fase de recria fazem o controle mensal, pois usam suplementação no cocho. Possuem cercas elétricas, suplemento mineral no cocho coberto, além de pastagens de azevém.

Possuem empresas parceiras, como Mig Plus, fornecedora de rações e minerais, CAAL e veterinárias de Alegrete. Hoje possuem aproximadamente 1000 bovinos, 760 ovinos e 25 equinos, trabalham com ele na propriedade os filhos, o genro e 3 colaboradores.

Conta que nos últimos tempos, a questão do mercado interno brasileiro, acabam vendendo muitos terneiros para São Paulo é o 3º ano consecutivo de carreta fechada para a cidade de Colômbia (SP) e Botucatu (SP), procuram sempre aumentar o peso do terneiro, até 12 meses e o máximo de peso.

Dentro da Ovinocultura, estão conseguindo uma natalidade próxima de 100%, ano passado foi 90% e agora já estão em 100% de natalidade, tentando sempre melhorar.

Sua vida foi sempre dentro de uma estância, sempre gostou do ar do campo e de morar no campo, já era uma tradição da família, vem vindo desde os avós e agora seu filho também já está trabalhando junto com ele.

Texto Márcia Ximenes Nunes

Edição: Dulce Maria Rodriguez

Fotos: Marci Ribeiro Dorneles

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