Embrapa e Epagri lançam vídeo explicativo sobre o manejo de formigas cortadeiras em plantios de eucalipto e pínus

Embrapa Florestas e Epagri lançam vídeo explicativo sobre o manejo desta que é considerada a principal praga dos plantios florestais. Acompanhe o evento, no dia 1/3, às 14h, em www.youtube.com/Embrapa

Os prejuízos causados pelas formigas cortadeiras começam já na fase inicial dos plantios de pínus e eucalipto, e podem ser irreversíveis por causa da fragilidade das mudas. As plantas jovens e adultas também sofrem com as desfolhas intensas e constantes, que podem afetar significativamente o volume final de madeira. Para realizar o controle efetivo das formigas cortadeiras é fundamental conhecer as diferenças e características de cada gênero, assim como o momento e a forma correta de ação. Para abordar com profundidade esse assunto, a Embrapa Florestas e a Empresa de Pesquisa e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) irão lançar, no dia 1º de março, às 14 horas, no canal do Youtube da Embrapa, o vídeo técnico “Manejo de formigas cortadeiras em plantios de eucalipto e pínus”. Neste evento, irão participar o Secretário da Agricultura, da Pesca e do Desenvolvimento Rural de Santa Catarina, Altair Silva, o chefe geral da Embrapa Florestas, Erich Schaitza, a Presidente da Empresa de Pesquisa e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), Edilene Steinwandter, e o pesquisador da Epagri-Embrapa Florestas Wilson Reis Filho.

Mais de 15 anos de pesquisas, conduzidas pela Embrapa Florestas, Epagri e Universidade Federal do Paraná (UFPR), com apoio do Fundo Nacional de Controle de Pragas Florestais (Funcema), sobre a dinâmica populacional e danos de formigas cortadeiras em plantios florestais na região sul, demonstram que vários fatores devem ser levados em consideração para o manejo de formigas cortadeiras em plantios florestais. Entre eles estão o gênero do plantio florestal (se é pinus ou eucalipto), se a área é de implantação ou reforma, o tempo de pousio entre o corte raso e o novo plantio, o manejo florestal do plantio anterior, a época de plantio, o manejo de plantas daninhas, se a área a ser plantada faz divisa com florestas nativas e o gênero de formiga cortadeira encontrada no plantio.

De acordo com o pesquisador da Epagri/Embrapa Florestas Wilson Reis Filho, até pouco tempo atrás, o controle de formigas era realizado de maneira padronizada, não levando em consideração as particularidades de cada região e o comportamento de cada gênero de formigas nesses plantios. “Por isso, vimos a necessidade de apresentar um material visual que mostrasse todos os aspectos que interferem no manejo de formigas cortadeiras em plantios florestais. Esta atividade é essencial para a sanidade dos plantios florestais e demanda planejamento, para ser executado com eficácia, segurança e com menos custos”, afirma Reis Filho.

No Brasil, os plantios de eucalipto ocupam quase 6 milhões de hectares e estão distribuídos por quase todo o território nacional. Já os plantios de pínus ocupam quase 2 milhões de hectares e estão concentrados principalmente na região Sul. Tanto as formigas quanto sua voracidade são diferentes, dependendo do cultivo e da idade do plantio. As formigas cortadeiras pertencem a dois gêneros: Atta e Acromyrmex. As formigas do gênero Atta são conhecidas como saúvas, e as do gênero Acromyrmex são conhecidas como quenquéns. “As saúvas atacam durante todo o ciclo florestal, podendo trazer grandes prejuízos na produção final de madeira. Já as quenquéns atacam as plantas apenas no início do plantio, ou enquanto houver a aplicação de herbicidas, no caso de plantios de pinus”, afirma a consultora do Funcema Mariane Aparecida Nickele.

Diferença das saúvas e quenquéns

As operárias de saúvas possuem três pares de espinhos no dorso do tórax e não apresentam tubérculos (pequenas protuberâncias) na parte dorsal do gáster(parte posterior do abdome). Já as quenquéns têm de quatro a cinco pares de espinhos no tórax, além de apresentarem vários tubérculos no gáster. Os ninhos dos dois gêneros também são diferentes. As saúvas sempre fazem ninhos com monte de terra solta. O ninho inicial é superficial e apresenta apenas um olheiro, no formato de uma pequena chaminé.

Já o ninho adulto das saúvas pode ter diversos olheiros, apresentar muitos metros quadrados de terra solta e, no interior, ter várias câmaras subterrâneas. Os ninhos de quenquéns são mais difíceis de serem encontrados, pois são bem menores. Algumas espécies de quenquéns possuem ninhos com um monte de terra solta, o que pode confundi-los com os de saúvas, mas são bem menores e possuem poucas câmaras. Já outras espécies fazem ninhos cobertos por um monte de cisco, apresentando uma única câmara localizada superficialmente. Há ainda espécies de quenquéns que constroem ninhos subterrâneos, sem a presença de monte de terra solta ou cisco.

Manejo de formigas cortadeiras

Segundo Reis Filho, é comum a aplicação sistemática de iscas formicidas pelos produtores florestais, como forma preventiva, independente da infestação de formigas cortadeiras, ou quando os ataques delas já não são mais expressivos. Buscando corrigir esse problema, o vídeo sobre o manejo das formigas enfatiza como utilizar corretamente as iscas formicidas, com recomendações que visam melhorar sua eficiência. Será possível aprender como calcular a quantidade apropriada de iscas, de acordo com o tamanho de cada ninho, bem como o local indicado para aplicá-las, além do período de realização da atividade de combate às formigas, já que cada etapa do plantio possui uma recomendação específica que deve ser seguida corretamente.

“Em determinadas situações, não há necessidade de aplicar iscas de maneira sistemática no período pré-plantio, em outras situações, o controle de formigas pode ser realizado apenas na fase inicial do plantio, não sendo necessário durante todo o ciclo florestal, como é recomendado no caso de plantios de eucalipto localizados em regiões de predomínio de saúvas. Assim, a quantidade de iscas formicidas utilizada pode ser reduzida significativamente. E é isso que nós esperamos com a divulgação desse video, que o manejo de formigas cortadeiras seja realizado de maneira sustentável, aplicando-se as iscas formicidas somente quando é realmente necessário”, enfatiza Reis Filho.

Link para acesso ao vídeo: www.youtube.com/Embrapa

Fonte: Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa)

Fotos: Pixabay/Embrapa

Post Author: Agro Floresta

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