Por Beatriz Costa, Editora-Chefe.
Com a chegada da COP30 — Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas — à cidade de Belém (PA) em 2025, a região Norte do Brasil se prepara não apenas como palco do evento, mas também como agente ativo nas discussões climáticas. Escolas e universidades da Amazônia Legal têm se mobilizado por meio de projetos educacionais, fóruns estudantis e oficinas de conscientização, com o objetivo de formar uma nova geração de lideranças ambientais.
Educação como estratégia para o protagonismo amazônico
Para muitos educadores, a presença da COP30 em território amazônico representa uma oportunidade única de inserir a juventude no centro das decisões sobre o futuro da floresta e do planeta. Em estados como Pará, Amazonas, Acre e Roraima, escolas públicas e privadas estão implementando projetos de educação climática que abordam desde os efeitos do aquecimento global até práticas sustentáveis no cotidiano escolar.
No Pará, por exemplo, a Secretaria de Educação tem promovido formações para professores e desenvolvido materiais pedagógicos voltados à temática ambiental. Já no Amazonas, universidades como a UEA e a UFAM estão ampliando disciplinas de meio ambiente nos currículos e incentivando grupos de pesquisa, extensão e eventos científicos com foco em clima e bioeconomia.
Engajamento estudantil: da teoria à prática
Além das salas de aula, o protagonismo dos jovens está sendo fortalecido por meio de clubes ecológicos, simulações da COP e mobilizações estudantis, que colocam em prática os conhecimentos adquiridos. Alunos do ensino médio de escolas públicas em Belém, por exemplo, estão participando de debates simulados da ONU, aprendendo sobre diplomacia ambiental e os mecanismos de negociação internacional.
“Queremos que nossos alunos entendam que a Amazônia não é apenas cenário, mas sujeito político do debate climático global”, afirma Maria Luiza Costa, professora de Geografia em uma escola estadual na capital paraense.
Universidades: pesquisa e inovação com foco no clima
As universidades da região Norte têm desempenhado um papel crucial na produção de conhecimento sobre mudanças climáticas, impactos ambientais e soluções locais. Pesquisas sobre reflorestamento, manejo sustentável, monitoramento de carbono e adaptação comunitária ao clima estão sendo intensificadas nos centros de pesquisa amazônicos.
Além disso, instituições como o Instituto Federal do Amazonas (IFAM) e o Instituto Federal do Pará (IFPA) estão desenvolvendo projetos de extensão voltados à educação ambiental nas comunidades ribeirinhas, quilombolas e indígenas, promovendo um diálogo entre saberes tradicionais e ciência moderna.
Rumo à COP30
A expectativa é que as instituições de ensino da região não apenas acompanhem, mas participem ativamente da programação oficial e paralela da COP30, contribuindo com propostas, experiências e projetos transformadores.
“A educação climática não é apenas uma preparação para o futuro — é uma ferramenta de ação no presente. E essa juventude amazônica está mais pronta do que nunca para assumir esse papel”, resume o pesquisador ambiental Tiago Nascimento, da UFPA.