O uso de drones para o monitoramento ambiental tem se expandido na Amazônia, tornando-se uma ferramenta crucial para fiscalização, pesquisa científica e preservação do bioma. Essas aeronaves não tripuladas permitem a captação de imagens de alta resolução, auxiliando no combate ao desmatamento ilegal, queimadas e invasões de terras protegidas.
Tecnologia a serviço da floresta
Equipados com câmeras térmicas, sensores multiespectrais e inteligência artificial, os drones são utilizados por órgãos ambientais, pesquisadores e ONGs para identificar áreas degradadas e monitorar a biodiversidade. Diferente dos métodos tradicionais, que dependem de fiscalizações presenciais ou imagens de satélite, os drones oferecem maior precisão e resposta mais rápida às ameaças ambientais.
O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) estão entre as instituições que adotaram essa tecnologia para aprimorar suas operações. “Os drones possibilitam um monitoramento mais detalhado e em tempo real, tornando a fiscalização mais eficiente e segura”, destaca um especialista do INPE.
Combate ao desmatamento e queimadas
A facilidade de acesso a áreas remotas da floresta permite que os drones detectem atividades ilegais, como o desmatamento clandestino e queimadas. Com isso, as autoridades ambientais conseguem agir de forma mais rápida, evitando danos maiores ao ecossistema.
Em 2024, uma operação conjunta entre Ibama e Polícia Federal utilizou drones para identificar madeireiros ilegais no Pará, resultando na apreensão de equipamentos e na aplicação de multas milionárias. “A tecnologia dos drones tem sido um divisor de águas na luta contra crimes ambientais”, afirmou um agente do Ibama.
Apoio às comunidades indígenas
Além da fiscalização ambiental, os drones também têm sido usados para auxiliar comunidades indígenas na proteção de seus territórios. Povos como os Yanomami e os Munduruku utilizam a tecnologia para identificar invasões ilegais, fortalecer denúncias e garantir maior segurança para seus territórios.
O líder indígena Davi Kopenawa destaca a importância da iniciativa: “Os drones nos ajudam a vigiar a floresta sem nos expor ao perigo. Com as imagens, podemos mostrar para o mundo o que está acontecendo.”
Desafios e perspectivas
Apesar dos avanços, o uso de drones na Amazônia ainda enfrenta desafios, como dificuldades de financiamento e limitações regulatórias. No entanto, iniciativas de parcerias entre governo, universidades e organizações ambientais vêm garantindo o crescimento da tecnologia no monitoramento da maior floresta tropical do mundo.
Com a evolução dos drones e o desenvolvimento de novos sensores e softwares de análise, a expectativa é que a tecnologia se torne ainda mais eficaz, ajudando a preservar a Amazônia para as futuras gerações.
Texto: Beatriz Costa
Footos: Reprodução
