Uma solução de baixo custo que pode ser usada por pequenos produtores e que contribui com o controle biológico, em substituição da aplicação de agroquímicos, foi apresentada na semana passada, no dia 3 de julho, na programação de anúncio do Plano Safra 2024/2025, em Brasília (DF). Desenvolvido em parceria entre a Embrapa e a empresa paulista BirdView, e o apoio financeiro da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), o Orbio é um projeto de uso de drones com sistema de otimização de planos de voo, com dispenser para liberação de insetos, destinados ao combate de pragas e doenças, sem comprometer o meio ambiente.
A tecnologia foi uma das principais novidades da exposição, organizada na Praça dos Três Poderes. Os lançamentos do Plano Safra da Agricultura Familiar 2024-2025 e do Plano Safra 2024-2025 contou com a presença do presidente da República, Luis Inácio Lula da Silva, e ministros, entre eles o do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira; da Agricultura, Carlos Fávaro, da Fazenda, Fernando Haddad; do Meio Ambiente, Marina Silva, além de autoridades e representações do setor e produtores rurais. Entre os dois lançamentos, o presidente da República conheceu a tecnologia de aspersão de instetos por drones, apresentada pela presidente da Embrapa, Sílvia Massruhá.
“Pragas e doenças agrícolas causam prejuízos financeiros de milhões por ano, por isso o controle biológico, que é um processo natural para mitigação de danos, com o apoio do uso de drones, é tão promissor e vantajoso para os produtores”, explica o pesquisador Lúcio Jorge, da Embrapa Instrumentação (SP), responsável pelo desenvolvimento da tecnologia dos drones. Entre as vantagens, além do baixo custo operacional, ele lembra a alta eficiência e o potencial de alcance da faixa de aplicação nas propriedades.
Segundo o pesquisador, o uso de drones é fundamental ainda na otimização do planejamento de rotas de cobertura para controle biológico, como a identificação da área de cobertura, determinação de distâncias, tipo de aplicação do agente biológico em uso, altitude de voo. Experimentos iniciais com o uso da tecnologia constataram redução no tempo de planejamento comparado aos planos gerados manualmente por um profissional, além da diminuição das possibilidades de erro humano, graças à automatização. O pesquisador lembra que, atualmente, softwares existentes no mercado não dispõem do recurso de otimização de rotas, com base em parâmetros configurados pelo usuário e exigem maior experiência do operador na geração dos planos de voo.
De acordo com Jorge, a parceria com a BirdView possibilitou a conciliação de experiências na área para que o projeto fosse desenvolvido. “A empresa é especialista na aplicação com drones de biodefensivos para controle biológico de pragas desde 2015, licenciada no Brasil, África do Sul, Índia e México”, completou. O protótipo de produto está em fase final em testes em algumas fazendas e permitirá à empresa oferecer ao mercado um produto que aumentará a gama potencial de clientes, inclusive no âmbito de agricultura familiar.
Na foto acima: Lucio Jorge, pesquisador da Embrapa, e Ricardo Machado, da BirdView (foto: Kamila Dantas). Abaixo, a presidente da Embrapa, Silvia Massruhá, explica a tecnologia Orbio ao presidente da República, Luís Inácio Lula da Silva (foto: Verena Ribeiro).
Destaque para a Embrapa
Em sua fala durante a solenidade de lançamento do Plano Safra da Agricultura Familiar 2024/2025, o ministro Paulo Teixeira destacou a importância da Embrapa, citando a presidente Silvia Massruhá, e relacionou como exemplo a contribuição no setor leiteiro, contribuindo com as pesquisas relacionadas a melhoramento genético, recuperação de pastagens e aquisição de embriões.
Ao conhecer o projeto de dispersão de insetos para controle biológico por drones, o presidente Lula (foto ao lado) pediu informações sobre a acessibilidade dessa tecnologia aos produtores familiares. “O Plano Safra é uma ótima oportunidade para que as tecnologias da Embrapa cheguem a todos os produtores rurais”, declarou a presidente da Embrapa, Sílvia Massruhá. Para ela, as linhas de crédito também são um forte estímulo à adoção de práticas sustentáveis como a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta.
*Superintendência de Comunicação da Embrapa