Neste artigo o presidente do Fórum Nacional das Atividades de Base Florestal (FNBF), Frank Rogieri de Souza Almeida, escreve sobre preservação e desenvolvimento da floresta
No dia 05 de setembro é celebrado o Dia da Amazônia, uma data estabelecida em 2007 como forma de chamar a atenção da população brasileira para a importância deste bioma, de suas riquezas e de suas pessoas. Não é de hoje que conservação e preservação da Amazônia estão em pauta, mesmo assim, a população urbana ainda conhece muito pouco sobre o dia a dia da floresta e principalmente sobre o trabalho de quem produz riquezas de forma realmente sustentável.
Os ocupantes da floresta, aqueles que vivem de seus produtos e que há anos buscam aliar desenvolvimento com sustentabilidade, são os principais interessados em preservar a biodiversidade amazônica, pois é dela que advém seu sustento. A exploração de produtos florestais pode e deve ser feita em consonância com a ciência e a tecnologia, em acordo com a legislação ambiental brasileira e com respeito a todos os habitantes da floresta.
E isso já é feito. O plano de manejo florestal sustentável é atualmente a mais importante ferramenta de preservação. Aliando renovação da cobertura vegetal, com conservação e fiscalização, produtores se tornam verdadeiros guardiões da floresta, uma vez que são responsáveis por todas a ações ocorridas na área, sejam elas naturais ou provocadas pelo humano.
O plano de manejo florestal sustentável faz todo o levantamento da área a ser explorada, define quais árvores podem ser colhidas de acordo com sua idade, permitindo assim a entrada de luz para o desenvolvimento de plantas jovens e ainda estabelece o prazo em que aquele perímetro ficará intacto para a recuperação dos ativos explorados, sendo este tempo de no mínimo 25 anos.
Para se ter uma ideia, para cada área equivalente a um campo de futebol, são autorizadas a retiradas de apenas quatro árvores. Fora isso, ao longo de todo o período de latência, os proprietários ou concessionários permanecem responsáveis pela preservação do local.
Não é à toa que os principais organismos, instituições e entidades de defesa ambiental apoiam e incentivam os planos de manejo florestal sustentáveis. São milhares de famílias que adotam este sistema e assim conseguem manter seu sustento, movimentar a economia local, gerar arrecadação pública, colocar produtos verdadeiramente sustentáveis no mercado e ainda atuar como fiscais da natureza.
Agora, precisamos levar isso para conhecimento de todos. Trazer a população urbana e consumidora dos produtos florestais para perto faz parte de uma estratégia que só tem a agregar. Ao disseminar conhecimento, estamos formando pessoas com senso crítico e capacidade para diferenciar as ações movidas por interesses realmente sustentáveis das movidas por interesses escusos de exploração ilegal.
Que neste 05 de setembro possamos estabelecer conexões reais com a floresta, ouvindo quem está lá dentro e que ajuda a mantê-la em harmonia com a economia, com a sociedade e com a natureza.
Texto Frank Rogieri de Souza Almeida é presidente do Fórum Nacional das Atividades de Base Florestal (FNBF)
Fotos: Divulgação