O estudo “Empregabilidade e Ensino Superior em tempos de pandemia”, realizado recentemente pelo Instituto Semesp, apontou que a chance de desemprego é quase 50% menor para as pessoas com nível superior completo em relação às pessoas com nível fundamental ou médio completos.
O Instituto projetou a empregabilidade por nível de instrução. Enquanto o número de vínculos empregatícios deve diminuir 14,7% e 5,3% para quem tem ensino fundamental e médio, respectivamente, o percentual deve cair apenas 1,3% para quem possui ensino superior completo, mantendo-se praticamente estável.
A psicóloga e coach de carreira, Angélica Dias, professora da Faculdade Martha Falcão, aponta que mesmo em um cenário de pandemia, com o isolamento social, o aluno que está “dentro” de uma faculdade está em uma posição de aprendizagem, conhecimento e evolução.
“Quando se fala de educação, acredito que precisamos entender que estar dento de uma estrutura de educação formal nos gera vantagens, ou seja, aumentam as nossas chances de ampliar redes de contato, de enxergar novas oportunidades e, principalmente, de ir trabalhando nosso perfil de forma integrada. Acredito muito no aporte social que tem um curso de pós ou de graduação”, explica Dias.
Além disso, a pessoa que opta por ingressar em um curso superior ganha, em média, 2,5 vezes mais em relação àquele que conta apenas com o ensino médio, segundo o IBGE.
A psicóloga aponta ainda que além do aspecto cognitivo e teórico que aprendemos em um curso de graduação, tem-se a oportunidade de lidar com pessoas de maior ou menor experiência, com vários círculos de interesses, o que ajuda a desenvolver competências comportamentais e sociais, as chamadas ‘soft skills’, tão valorizadas hoje no mercado.
“A pesquisa traz uma visão técnica do quão importante é estar atrás da aquisição de conhecimento e a transformação desse conhecimento, o que eu faço com ele, é que faz a diferença. A interação e a construção coletiva do conhecimento, o que torna o ambiente de uma faculdade bastante agregador, é que faz com quem se desenvolva essas competências. Investir na qualificação técnica e no desenvolvimento comportamental na mesma proporção: isso sim diminui as chances de ficar numa condição de desemprego”, aponta.
Foto de Capa: Marten Bjork