Depois de perder 20% dos empregados, readequar as equipes é o desafio do novo Chefe-Geral da Embrapa Amazônia Ocidental

Chefe-Geral da Embrapa Amazônia Ocidental, Everton Rabelo Cordeiro

Desde o dia 1 /11 a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Amazônia Ocidental tem como Chefe-Geral a Everton Rabelo Cordeiro. Ele possui doutorado em Agronomia (Fitotecnia) pela Universidade Federal do Ceará (2005) e há 10 anos forma parte do quadro de funcionários da estatal.

O pesquisador, com experiência na área de agronomia, com ênfase em melhoramento genético e fitotecnia, conta na entrevista com Agroflorestamazonia.com quais são as prioridades e desafios para a sua gestão, ainda neste ano, e para 2021.

1-Agroflorestamazonia: Como vai fechar o ano a Embrapa Amazônia ocidental, enquanto aos objetivos estabelecidos para 2020?

-Everton: Mesmo diante das dificuldades enfrentadas por conta da Pandemia o ano terminará com os objetivos traçados alcançados, e se relacionam com a realização e manutenção de nossas pesquisas em nossos campos experimentais, laboratórios e parceiros. 

Tais resultados são fruto da dedicação de nossos funcionários e demais parceiros que mediante um eficiente planejamento de revezamento e de teletrabalho demonstraram mais uma vez o compromisso com a produção agrícola brasileira.

-2 Agroflorestamazonia: Quais são as prioridades da sua gestão?

-Everton: A continuidade de nossos trabalhos de pesquisa. Não só os que já estão instalados como os que estão em submissão e que serão aprovados. Estamos constantemente submetendo novas propostas de pesquisas aos nossos editais internos e aos editais disponibilizados por outras instituições.

Por seu papel de manter-se focada e atenta para as demandas e necessidades da agricultura e da agropecuária brasileira a Embrapa se esmera em manter suas pesquisas, e sempre com elevado grau de qualidade e adoção por parte de nossos clientes, o produtor rural brasileiro.

3-Agroflorestamazonia: Quais são os principais desafios a superar?

-Everton: A Embrapa passou recentemente por um Plano de Demissão Incentivada, onde perdemos 20 % de nosso quadro de empregados. Como isso foi em todas as áreas, o primeiro desafio é o de readequar essas equipes, sem perder a qualidade do trabalho que fazemos. 

Esse é sempre um grande desafio para nós, o de continuar a qualidade do que fazemos perante a expectativa da sociedade que se acostumou com nossos excelentes resultados.

4- Agroflorestamazonia: No que diz respeito aos recursos do orçamento, como está a situação. A ministra Tereza Cristina conseguiu mudar a situação?

-Everton: Sim. Houve uma importante negociação por parte de nossa Ministra Tereza Cristina e de nosso Presidente Celso Moretti, com uma forte manifestação perante a sociedade e na última quinta-feira o Congresso Nacional votou e aprovou a PLN 40, assegurando assim a recomposição orçamentária para o ano de 2020. Desde que houve esse contingenciamento recebemos de nossos gestores a tranquilidade e a certeza de que haveria a reversão dessa situação.

5- Agroflorestamazonia: Que mudou com sua designação?

-Everton: Com a minha designação o que muda essencialmente é o nome da pessoa que assume a liderança formal da Unidade. A Embrapa valoriza a continuidade do trabalho que faz, se assim não o fosse não conseguiria atingir as metas ousadas que assume.

O processo de seleção se dá no próprio quadro interno dela, com uma ênfase na qualidade técnica de quem está concorrendo e do plano de trabalho a ser executado. O quadro de funcionários recebe bem a transição, pois é já é comum e o faz com alegria e comprometimento. Isso se dá em todas as instâncias da Embrapa, o que dá a Equipe que assume uma tranquilidade para dar continuidade ao trabalho que vem sendo desenvolvido.

6- Agroflorestamazonia: Quantas pesquisas estão em andamento?

-Everton: Na nossa Unidade, que é a Embrapa Amazônia Ocidental, hoje lideramos 34 projetos de pesquisa e temos participação com outras Unidades ou Instituições em 84. Todos relacionados com os temas que trabalhamos em nossa região amazônica, que envolvem desde coleta de sedimentos em rios amazônicos, identificação e transformação genéticas, ao uso e controle de microrganismos e patógenos.

Também trabalhos relacionados ao solo e sua fertilidade, doenças e pragas em plantas, melhoramento, adaptações e técnicas de manejo com plantas anuais e perenes, plantas medicinais, culturas industriais, sanidade, manejo e reprodução de peixes, uso eficiente de pastagens e recursos florestais, socio economia dentre outros.

7- Agroflorestamazonia: Como estão as parcerias, com quais instituições estão atuando no AM?

-Everton: Vivenciamos um momento muito satisfatório com as instituições no Estado do Amazonas, desde o fomento às nossas pesquisas, financiadas pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), Agência de Fomento à Pesquisa no Amazonas, às diversas parcerias com as Instituições de Ensino e Pesquisa Universidade Federal do Amazonas (UFAM), Instituto Federal do Amazonas (IFAM) e Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA).

Como também com os diferentes Órgãos Estaduais voltados à produção, à Extensão e aos Serviços Rurais, como a Secretaria de Estado da Produção Rural (Sepror), Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Estado do Amazonas (IDAM), Agência de Defesa Agropecuária e Florestal do Estado do Amazonas (ADAF) e seus parceiros institucionais.

Desfrutamos de uma constante e intensa colaboração com as Prefeituras no Amazonas e os demais parceiros representativos dos setores de produção no Estado. Acreditamos que isso tem acontecido pelos anos de dedicação e de reconhecimento ao trabalho que temos desenvolvido na região há quase 50 anos.

Texto Dulce Maria Rodriguez

Post Author: Agro Floresta

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