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Depois da vida militar no Exército Brasileiro descobriu sua paixão pela política

Em janeiro de 2018  o  Coronel Marco Antônio de Castro Luz passava à reserva depois de mais de 32 anos de serviço. No descanso profissional fundou em Alegrete o Partido Renovador Trabalhista Brasileiro, no qual exerce a presidência da Comissão Executiva Provisória Municipal

Em 22 de janeiro de 1969, nascia no Hospital dos Servidores do Estado, região portuária do Rio de Janeiro, Marco Antônio de Castro Luz, primogênito da professora Lucia Miranda de Castro e do operário Paulo Luz, numa época romântica e nostálgica, onde o Estado era o da Guanabara e a cidade era, de fato e de direito, maravilhosa.

Criado desde a infância no subúrbio de Magalhães Bastos, o menino Marco Antônio já flertava com a carreira militar, pois seu primeiro educandário foi o Jardim de Infância Frei Orlando, situado no bairro vizinho da Vila Militar, escola que era jurisdicionada pelo Exército Brasileiro e atendia a toda a comunidade da região.

 

As primeiras letras aprendeu na Escola Municipal Álvaro Alvim, no bairro onde morava, demonstrando sempre ser um aluno aplicado e que fazia a sua mãe, humilde professora, a sonhar com um futuro brilhante para o seu filho.

Exército brasileiro, mais uma vez

O ensino ginasial, definição da época, cursou, inicialmente, na escola Rosa da Fonseca, também na Vila Militar, rodeada de quartéis, verde oliva por todos os lados… Aquilo começou a chamar a atenção daquele menino.

 Aí surgiu uma oportunidade inédita, um tal concurso de admissão para o Colégio Militar, elite da educação brasileira na ocasião, situação que perdura até os dias de hoje, uma coisa até então inatingível para o menino pobre, simples, mas lá se foi o jovem Marco Antônio matricular-se na Escola Américo de Oliveira, no bairro vizinho de Marechal Hermes, famosa por preparar jovens para o ingresso no Colégio Militar do Rio de Janeiro.

Mas por não ser filho de militar, não foi possível realizar a prova de admissão no Rio de Janeiro, só sendo possível uma vaga no Colégio Militar de Belo Horizonte, a 500 Km da família. Marco Antônio passou entre os primeiros e seguiu para as Minas Gerais, iniciava-se uma nova etapa da sua vida.

Bairro da Pampulha

O Colégio Militar situava-se no charmoso Bairro da Pampulha, uma construção imponente, no alto de uma coxilha que, de início, despertou no jovem aluno mais medo do que admiração: era uma nova vida, sozinho no meio de outras crianças, entregue aos cuidados de rígidos instrutores, longe do carinho materno, cheio de novos desafios, eram só 13 anos de idade e o ano de 1982 pela frente…

 Foram muitas noites chorando no travesseiro, no alto de um beliche, vendo pela janela do alojamento o gigantesco estádio do Mineirão, vizinho, iluminando as noites escuras e distantes da mãe, do pai e da irmã, essa com apenas 6 anos quando fomos separados pelo destino.

A Casa Rosada

 Então, 4 anos passaram mais rápido que o então aluno Castro poderia imaginar, sua trajetória escolar era de sucesso, suas notas o mantinham, invariavelmente, entre os melhores classificados e no fim do ano de 1985, ele prestou concurso para a Escola Preparatória de Cadetes do Exército (EsPCEx), sendo aprovado, mais um degrau superado e as portas da carreira militar, enfim se abriam e o sonho começava a tornar-se realidade.

Era hora de fazer as malas e o destino seria Campinas, próspera cidade do interior de SP, o aluno Castro permaneceria com o mesmo nome de guerra, só que agora integraria, no ano de 1986, as fileiras da lendária Casa Rosada, a linda EsPCEx, que carinhosamente chamam de “prep” caminho de acesso para a Academia Militar das Agulhas Negras, em Resende-RJ.

 Foram 3 anos muito difíceis, mas quem chegou até ali, não poderia mais voltar atrás e ao final de 1988, concluiu o ensino médio na Prep e seguiu para a AMAN, onde receberia o título de cadete de Caxias, o sonho estava um pouco mais perto de ser concretizado…

Cadetes, ides comandar, aprendei a obedecer

Essa célebre frase figura no alto do monumental pátio de formatura Marechal Mascarenhas de Morais, o P3M e ilustra o que era a vida do cadete, uma máquina de obedecer regulamentos, normas, regras, um período duro para muitos e que deixou, na maioria, poucas saudades, uma vez que a rotina de estudo, atividade física, atividade de campanha, pressão psicológica constante só fazia despertar nos cadetes um desejo ardente e incontrolável de chegarem ao final do quarto ano de formação, onde seriam declarados aspirantes a oficial e aquele sacrifício todo seria recompensado.

Para o cadete Castro, esse dia tão aguardado foi o 28 de novembro de 1992, data em que recebeu, aos 23 anos de idade, a histórica espada em uma linda e inesquecível formatura. Agora era oficial do Exército Brasileiro, o sonho estava realizado.

Onde fica mesmo o Rio Grande do Sul?

Ao final do quarto ano, o cadete Castro participou da reunião de escolha da unidade militar que seria o seu primeiro desafio na carreira de oficial.

Por essas convicções impossíveis de serem racionalmente explicadas, ele não teve dúvida, escolheu São Gabriel – RS. Muitos diziam que era frio, longe do Rio de Janeiro, mas nada disso mudou a sua decisão. Ademais, Resende era uma cidade fria, o clima não seria obstáculo para aquele jovem aspirante.

 Ao chegar no 9º Regimento de Cavalaria Blindado, acompanhado da sua esposa, Elisabete, com quem já está casado há quase 28 anos, ficou impressionado com a cidade, pequena mas bem organizada e muito hospitaleira. O quartel era muito bom e logo no primeiro inverno descobriu que Resende na verdade não era nem um pouco fria. Fez muitos amigos em São Gabriel, que os conserva até hoje, permanecendo 3 anos naquele rincão, pois ao final de 1995, ano que já nascera a sua primeira filha, foi classificado no 53º Batalhão de Infantaria de Selva, Itaituba- PA.

O fim do mundo é logo ali

Se São Gabriel era distante do Rio de Janeiro, Itaituba era distante de tudo. No coração da Amazônia paraense, a cidade de 120 mil habitantes era de um atraso civilizatório assustador perto do Pampa Gaúcho. O calor infernal, os mosquitos, o convívio com animais que faziam o quintal de casa parecer um zoológico, causaram forte impressão no 1º Tenente Castro.

No entanto, a vila militar era um lugar bastante aprazível para a família, com muitas opções de lazer, além de uma vista maravilhosa e privilegiada do Rio Tapajós, que banhava toda a extensão da cidade e era de uma beleza indescritível.

Os passeios de barco e pescarias aos fins de semana minimizavam o forte stress produzido pelo intenso treinamento militar, que caracterizava a rotina do quartel. Mas na memória do jovem oficial, sempre ocupará lugar de destaque a Operação Amapá, que realizou em 1997, iniciando com um deslocamento de barco de Itaituba, passando por Santarém e indo até o Porto de Santana, no Amapá, trajeto que incluiu, além do Rio Tapajós, uma extensão de mais de 1000 km pelo Rio Amazonas.

 O Tenente Castro não tinha dúvida, a natureza mais bonita e exuberante do planeta é a da nossa Amazônia. Nessa operação teve a oportunidade, ainda, de participar de uma missão real em território amapaense, cuja tensão só se amenizaria ao fim da atividade, que lhe rendeu muita emoção e estórias para contar.

 “ Não me perguntes onde fica o Alegrete”

No fim do ano de 1997, o nosso personagem teve diante de si a possibilidade de optar por algumas cidades nas quais poderia vir a servir, depois de 2 anos passados em solo amazônico, Itaituba estava no rol das “guarnições especiais de primeira categoria”, uma definição eufemista para um local que ninguém consegue viver por muito tempo, exceção feita aos nativos.

Aí bateu a saudade do Sul, o desejo de voltar era grande, embora houvesse também o projeto de servir próximo à família, no Rio de Janeiro.

 A decisão estava tomada, seria elaborada uma relação onde seriam elencadas algumas cidades gaúchas, com prioridade para São Gabriel, que já ocupava lugar cativo no coração da família. Nessa relação aparecia em último lugar o Alegrete, “mas afinal de contas, onde fica esse tal de Alegrete”, perguntava o então Tenente Castro a si mesmo. No mapa, ela ficava perto de São Gabriel e isso parecia o suficiente.

Contudo, quem decidiria isso era o Exército e advinha para onde o nosso oficial foi movimentado? Acertou, Alegrete! Ali começava uma longa estória.

Batalhão Marquês de Alegrete

A unidade de destino era o 10º Batalhão Logístico, denominado historicamente de Batalhão Marquês de Alegrete, localizado na Coxilha do Masgrau, junto ao 6º Regimento de Cavalaria Blindado.

 Ali foram 11 anos ao todo, onde o nosso amigo Castro serviu como 1º Tenente (1998), Capitão (1998 a 2000); Capitão (2004 a 2006), ocasião em que exerceu a função de Subcomandante; Major (2007); Tenente-Coronel (2014 e 2015), período em que foi Subcomandante pela segunda vez e, finalmente, como Coronel (2016 e 2017), também no papel de Subcomandante.

 Foram muitas histórias, alegrias, tristezas, mas por compromisso cármico, pois o Coronel Castro não acredita em acaso, deixou o seu legado, a sua contribuição para a Unidade, onde serviu quase metade da sua carreira de oficial e pela qual nutre um carinho todo especial.

De volta ao Rio de Janeiro

No ano de 2001, o Capitão Castro rumava para o Rio de Janeiro, matriculado na Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais (EsAO), onde concluiu ao final daquele ano, o Mestrado em Operações Militares, sendo classificado por término de curso no 1º Batalhão Logístico, na própria capital.

Por lá serviu nos anos de 2002 e 2003, morando na casa que adquiriu, na rua onde reside a sua família, o que lhe valia longo trajeto de deslocamento até o quartel, cerca de 30 Km, que eram vencidos de carro ou de trem, inaugurando as madrugadas cariocas, saindo de casa antes do nascer do sol, era o preço que teria que pagar.

Para piorar, a Unidade era situada bem à frente ao Morro da Mangueira, o que ocasionava uma pitoresca rotina de prontidão face aos diários confrontos entre traficantes e a Polícia Militar, traficantes com facções rivais, traficantes entre eles mesmos, uma guerra sem fim, cujo resultado era muito tiro, tensão e com o passar do tempo ele se acostumou bem a tudo isso,” o hábito faz o monge”.

A sagrada água do Ibirapuitã

O ditado que afirma que quem toma água do Ibirapuitã volta ao Alegrete, parece ter encaixado perfeitamente na vida do Capitão Castro, pois o bom filho à casa torna, o que sucedeu em 2004, quando chegou a Alegrete para assumir, pela primeira vez, o Sub comando do Batalhão Marquês de Alegrete, agora já com 2 filhos, sendo o menino um “taura” nascido em nossa querência em 1998.

Cemitério do caju

A segunda passagem do Capitão Castro por Alegrete durou até fim de 2007, quando ele já era Major, sendo nomeado para servir no Arsenal de Guerra do Rio (AGR), no Rio de Janeiro. A família já estava inteiramente formada, agora com 3 filhos.

 Chegando lá em início de 2008, foi morar na Vila Militar ao lado do quartel, que era uma unidade fabril, na qual se produzia armamento militar, localizada no Bairro do Caju.

 Sobre o Bairro do Caju, podem-se segundo o Coronel Castro, fazer algumas interessantes alusões: a localidade ficou eternizada pelo único banho que se tem notícia que Dom João VI tomou na vida, existindo até um museu no exato local em que o Rei do Brasil e Portugal realizou seu singular mergulho nas águas da Baía de Guanabara. O Caju é talvez o bairro com maior número de favelas perigosas, concentradas num curto espaço de território e, por fim, o detalhe mais curioso de todos, que é a vizinhança do quartel e da vila militar era composta por milhares ou talvez mais de milhão de túmulos do complexo de cemitérios do Caju, uma paisagem bastante peculiar, porque não dizer, lúgubre. Mas os vizinhos, certamente, não incomodavam ninguém.

O coronel Castro afirma que nada obstante aos detalhes oferecidos, essa sua passagem pelo Rio foi maravilhosa, tem ótimas recordações desse período de sua vida.

Alegrete outra vez!

Tudo caminhava para a permanência definitiva no Rio de Janeiro, sua terra natal, mas por essas peripécias do destino, Alegrete surgia de novo no caminho…

 Um telefonema trouxe um convite inesperado: ser Subcomandante de novo do 10º Batalhão Logístico, outra vez, pensava o Tenente-Coronel Castro, então Subdiretor do AGR, unidade que tinha aprendido muito com os engenheiros militares, maioria entre os oficiais, o que lhe tinha valido experiências notáveis, como a de chefiar a Divisão Industrial da fábrica, onde eram produzidos morteiros pesados de 120 mm, um colosso de armamento.

Seria hora de sair de novo? E para Alegrete? Pensou: “pelo menos não preciso perguntar onde fica esse tal de Alegrete…” lá foi de novo o nosso Castro, pegou a estrada em direção ao Brasil Meridional.

 Início de 2014, começava novo desafio, agora auxiliando diretamente o amigo Coronel Silva Azevedo, um militar formidável, um ser humano admirável, essa passagem deu-se nos anos de 2014 e 2015.

E pra não perder o hábito, permaneceu no Batalhão já como Coronel e 30 anos de carreira “nas costas”, servindo com seu amigo e companheiro de turma, Coronel Souto, permanecendo até o fim do seu Comando, em dezembro de 2017.

Fim de uma etapa

Em janeiro de 2018, Coronel Castro passava à reserva remunerada depois de mais de 32 anos de serviços prestados à Nação Brasileira, numa carreira irretocável, onde só colhe elogios de seus superiores, amizade e reconhecimento de seus pares e subordinados, fez amigos para a eternidade.

Dessa vez não arriscou mais sair de Alegrete, a vida já tinha exaustivamente lhe revelado que seu lugar era aqui, sua segunda querência, alegretense de coração.

A partir do descanso profissional, resolveu dedicar-se às coisas que lhe são mais caras, que são a sua família, os amigos, cuidar da saúde, viajar, trabalhar mais intensamente junto à Doutrina Espírita, da qual é adepto há mais de 20 anos, enfim, aproveitar um pouco o tempo que sempre lhe foi tão escasso, em virtude dos intensos compromissos profissionais, somados às questões de ordem pessoal.

A descoberta

Em 2018, o Coronel Castro fez uma importante descoberta: a sua paixão pela política.

Como militar da ativa, o desejo de vivenciar mais intensamente a política era obstado pelos dispositivos regulamentares que vedavam a sua participação em estruturas partidárias, mas na reserva ele estava liberado para esse desiderato.

 Daí surgiu a ideia de cooperar com a comunidade, iniciando esse projeto sem o desejo de exercer mandado parlamentar ou cargo político, mas promover o debate, trazendo à tona a ideia de construção de uma nova política, diferente de tudo que existia no país até o momento.

Foi nesse ano de 2018 que ele teve o prazer de conhecer a senhora Vânia Guerra, oportunidade que pode contribuir na campanha presidencial em favor de Jair Bolsonaro, além de trabalhar, com afinco, pela eleição do Deputado Federal Ubiratan Sanderson e do Deputado Estadual Luciano Zucco.

 Essa grande amizade perdurou até os dias de hoje, quando o Coronel Castro, junto com a Dona Vânia e um seleto grupo de colaboradores, fundou em Alegrete o PRTB (Partido Renovador Trabalhista Brasileiro), no qual exerce a presidência da Comissão Executiva Provisória Municipal.

Vânia Guerra

É um novo horizonte se descortinando em nosso município, completamente divorciado das velhas práticas políticas que remontam à ancestralidade de nossa Nação.

É hora de mudar! Ele e Vânia Guerra estão juntos nessa empreitada e farão todos os esforços para promover as mudanças que o nosso Alegrete necessita.

Eles estão plenamente alinhados com o clamor popular dos cidadãos, que exigem uma gestão austera, de princípios, consentânea com os valores de família, com a economia liberal, com o respeito à vida, à propriedade, amor a Deus e à Pátria, o direito de defesa do homem e da mulher da cidade ou do campo, o direito ao emprego digno, à liberdade individual e de imprensa.

Brasil acima de tudo! Deus acima de todos!

 

Texto Márcia Ximenes Nunes

Edição: Dulce Maria Rodriguez

Fotos: Arquivo

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