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COP-29: PROMESSAS VAZIAS E UM FUTURO INCERTO PARA O CLIMA

Reprodução/Rede Amazônica

Apesar das esperanças depositadas por muitos, a COP-29 trouxe mais decepções do que avanços concretos. Mais uma vez, as nações ricas ficaram aquém das expectativas, deixando os países pobres e vulneráveis à mercê de promessas vazias. Os trilhões de dólares necessários para proteger essas nações dos impactos das mudanças climáticas, causados majoritariamente pelos próprios países desenvolvidos, continuam sendo apenas um sonho distante.

Drama da guerra civil que o Sudão vem sofrendo.

 

No final, o compromisso anunciado foi de meros 300 bilhões de dólares anuais até 2035. E as fontes desses recursos lançam um balde de água fria sobre qualquer otimismo:

Desertificação da África.

 

  • Financiamentos Públicos: países já endividados terão que contrair ainda mais dívidas.
  • Acordos Bilaterais e Multilaterais: esses acordos raramente beneficiam os mais pobres sem exigir contrapartidas que os colocam em desvantagem. É o clássico cenário em que os ricos oferecem a corda e os pobres entregam o pescoço.
Alagamentos no sul da Espanha devido às chuvas intensas.

 

Além disso, a liberação desses recursos enfrentará longos e complicados processos. Um exemplo claro é a promessa de 50 bilhões de dólares feita por Biden ao Brasil, que depende da aprovação de um Congresso americano dominado, a partir de janeiro, por uma maioria ligada ao partido de Trump. Ou seja, é mais seguro “esperar sentado”.

Seca severa atinge a Amazônia.

 

Enquanto isso, o aquecimento global e as mudanças climáticas avançam sem trégua. Todos nós pagaremos o preço com eventos extremos como secas, enchentes e furacões, que se tornam cada vez mais frequentes e devastadores.

Enchentes no Rio Grande do Sul.

 

Diante de promessas vazias e da falta de ações concretas, o futuro do clima permanece incerto. E as consequências, infelizmente, não pouparão ninguém.

José Melo

 

 

Texto: José Melo, ex-governador do estado do Amazonas.

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