Conheça a linda história da padeira Ludmila Gallon de Anta Gorda no Rio Grande do Sul, onde ela usa a erva-mate nos seus bolos e pães

Nossa entrevistada de hoje é Ludmila Alves Gallon, que mora no município de Anta Gorda e vai nos contar a sua história, principalmente sobre a produção de seus pães e outros quitutes deliciosos.

 

Conte-nos um pouco sobre a sua vida?

…”Moro em Anta Gorda desde o dia 02.10.1981 quando fui designada para trabalhar no escritório  municipal da EMATER/RS, onde trabalhei até o início do mês de maio de 2003, quando fui transferida para o município vizinho de Ilópolis até o ano de 2007 quando me aposentei. Mas até hoje tenho ligação com Ilópolis por causa do Museu do Pão, onde esporadicamente ministro oficinas das mais variadas na Oficina de Panificação do Museu do Pão. Faço parte da diretoria da Associação dos Amigos dos Moinhos do Vale  do Taquari, que tem sua sede no museu. Em Ilópolis também tem a sede do IBRAMATE (Instituto Brasileiro da Erva Mate), onde faço parte da diretoria.”…

…”Moro na zona rural do município de Anta Gorda, onde fizemos parte da Agricultura Familiar. Há pouco tempo fiz um MEI – Arte Branca com Saúde Padaria e Confeitaria e Prestação de Serviços, com cursos, oficinas e vivências afetivas tanto no espaço do MEI ou em outros lugares como: no museu, escolas, comunidades, em outros municípios e estados.

Sou aposentada e padeira individual, tenho a formação em Licenciatura Pedagogia e pós graduação: Psicopedagogia e Educação Ambiental. Mas, a função de extensionista rural não deixo de exercer, pois nenhum trabalho me gratificou tanto quanto a extensão rural da EMATER/RS, por isso eu tenho hoje a MEI que me permite realizar este trabalho ensinar e aprender ao mesmo tempo. Tenho contato com os mais variados públicos, consigo participar dos mais variados eventos como Expointer, Festuris, etc, de uma forma legal onde posso emitir notas fiscais, seja dos produtos ou de prestação de serviços.”…

                                                                                   

Você sempre gostou de fazer pães?

…”Eu sempre gostei da culinária, da cozinha, aprendi com a minha mãe que era agricultora e fazia o aproveitamento de tudo o que era produzido na agricultura familiar como: frutas, legumes, era tudo caseiro, como pães, cucas, biscoitos, chimias, geléias, conservas, compotas, etc.

Então durante  toda a minha vida sempre estive ligada a este mundo da alimentação mais natural e saudável, é de berço. Minha formação no nível médio foi Auxiliar de Nutrição e Dietética. Meu sonho era ser uma nutricionista, mas devido ao difícil acesso e falta de condições financeiras não consegui realizar este sonho, por isso fiz pedagogia. Porém me identifiquei, pois eu exerço esta profissão ensinando em especial a fazer a arte da panificação.”…

                                                                                                                               

Como são os seus produtos e o seu dia na profissão de padeira?

…” Na extensão rural meu foco sempre foi melhorar a qualidade de vida através de uma boa alimentação, saneamento básico, auto-estima e auto-cuidados, e isso ainda hoje continua sendo o meu foco. Valorização dos produtos naturais e integrais de preferência que seja da propriedade ou da região. E também valorização dos produtos da época.

Meus produtos são diferentes dos que as padarias locais oferecem. Faço por encomenda, como não tenho mão de obra, pois sou eu que faço.”…

…”Então, por encomenda uma vez na semana faço pães integrais 100% e 60%, e mais um outro tipo de pão, cada semana um sabor diferente, aproveito os produtos da época da agricultura familiar como: abóbora, moranga cabotiá, mandioca, batata-doce, cenoura, beterraba, leite… ou de milho, colorido, com erva-mate, urucum, cacau,…

Recentemente criei o pão que será um símbolo do município de Anta Gorda, muito legal o lançamento abrirá as festividades das comemorações dos 60 anos do município.”…

…”Faço biscoitos variados, amanteigados, rosquinhas de milho decoradas ou não, com chocolate… sem falar na minha experiência com o uso da “erva-mate” na gastronomia. Que vinha estudando, pesquisando e testando desde o ano de 2003, com o foco no Turismo  Rural.

Criei inúmeras receitas tanto doces como salgadas e também bebidas como sucos, chá mate saborizado, chocolate quente… Ministro cursos específicos para serventes e merendeiras, já ministrei cursos em parceria com o IBRAMATE nos cinco pólos ervateiros do Rio Grande do Sul e também no Paraná e em Santa Catarina, em eventos em parceira com a EPAGRI e EMBRAPA Florestas do Paraná.”…

Escritora

Márcia Ximenes Nunes

Post Author: Márcia Ximenes Nunes

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