As comunidades ribeirinhas desempenham um papel fundamental na economia local, especialmente nas regiões amazônicas do Brasil. Vivendo às margens dos rios, esses grupos tradicionais baseiam suas atividades econômicas na pesca artesanal, agricultura de subsistência e extrativismo vegetal, contribuindo significativamente para a segurança alimentar e a geração de renda nas áreas onde estão inseridos. Além disso, sua relação intrínseca com o meio ambiente assegura práticas sustentáveis que preservam os recursos naturais para as futuras gerações.
A pesca artesanal é uma das principais atividades econômicas dessas comunidades. Por exemplo, no estado do Pará, acordos de pesca têm sido implementados para regular a atividade e garantir a sustentabilidade dos estoques pesqueiros. Em setembro de 2024, o governo do Pará homologou um acordo beneficiando cerca de 700 ribeirinhos da Ilha Saracá, visando à sustentabilidade da pesca artesanal e ao ordenamento ambiental do território.
A agricultura de subsistência também é uma prática comum entre os ribeirinhos, garantindo alimento para as famílias e excedentes para comercialização nos mercados locais. Culturas como mandioca, milho e frutas regionais são cultivadas de forma sustentável, respeitando os ciclos naturais e contribuindo para a manutenção da biodiversidade. Essas práticas agrícolas não apenas fortalecem a economia local, mas também asseguram a soberania alimentar das comunidades.
O extrativismo vegetal é outra atividade econômica relevante. A extração de produtos como açaí, castanha-do-pará e borracha é realizada de maneira sustentável, garantindo a preservação das florestas e proporcionando renda para as famílias ribeirinhas. Em Igarapé-Miri, no Pará, a produção de açaí se destaca como uma importante fonte de renda, impulsionando a economia local e colocando o município como um dos maiores produtores da fruta no país.
Além das atividades econômicas tradicionais, o turismo de base comunitária tem ganhado destaque nas comunidades ribeirinhas. Experiências autênticas que envolvem vivências culturais, culinária típica e passeios ecológicos atraem turistas em busca de contato direto com a natureza e com as tradições locais. Essa modalidade de turismo gera emprego e renda, ao mesmo tempo que valoriza e preserva o patrimônio cultural e natural das comunidades.
Entretanto, essas comunidades enfrentam desafios significativos, como a falta de infraestrutura adequada, acesso limitado a serviços básicos e ameaças ambientais decorrentes de atividades ilegais, como o desmatamento e a pesca predatória. Para superar essas barreiras, é essencial a implementação de políticas públicas que promovam o desenvolvimento sustentável, assegurem os direitos territoriais e valorizem os saberes tradicionais dos povos ribeirinhos.
Em suma, as comunidades ribeirinhas são essenciais para a economia local, contribuindo para a sustentabilidade ambiental e a preservação cultural. Reconhecer e apoiar essas populações é fundamental para promover um desenvolvimento econômico que respeite e integre as diversidades ecológicas e culturais do Brasil.
Texto: Caio Vinícius Vilaça
Fotos: Reprodução/Internet