As atividades desempenhadas na operação são realizadas em conjunto entre as Forças Armadas e o Governo Federal.
O Comando Operacional Conjunto Amazônia (Cmdo Op Cj Amz), sob o comando do Major-Brigadeiro do Ar Raimundo Nogueira Lopes Neto, completou 30 dias de Comando Conjunto, reforçando as ações de enfrentamento de Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional e de combate ao garimpo ilegal no Território Yanomami, em Boa Vista (RR).
O Comandante do Cmdo Op Cj Amz, Major-Brigadeiro do Ar Nogueira, fez um balanço do trabalho desenvolvido em conjunto entre as Forças Armadas e o Governo Federal na região Yanomami, nesses 30 dias.
“Temos vários resultados. Além de todo esse suporte, já transportamos mais de 400 toneladas de insumos para a região Yanomami, entre mantimentos, medicamentos e materiais para atendimento aos indígenas; voamos mais de 1200 horas. Talvez, depois da Covid, esta seja a maior operação já feita em termo de hora de voo nos últimos anos pelas Forças Armadas. É uma satisfação muito grande chegarmos a esses números, com zero acidente, zero incidente e com a participação interagências. A participação de diversos órgãos governamentais tem feito com que o nosso trabalho gere uma sinergia muito grande, e a gente só tem a comemorar com isso”, destacou.
O Subcomandante da Operação, General de Brigada Marcelo Lorenzini Zucco, ressaltou a interoperabilidade das três Forças. “A Marinha, o Exército e a Força Aérea trabalham juntos em coordenação para que esses resultados sejam atingidos. Quero destacar, ainda, que nós, como instituição de estado, estamos há mais de 50 anos na região Yanomami, desde os primeiros destacamentos do Exército que, em conjunto com a Comissão de Aeroportos da Região Amazônica (COMARA) construíram as primeiras pistas na região de Surucucu, no final da década de 70 e de Auaris, no começo da década de 80. Então para nós é um marco esses 30 dias”, disse.
Portaria
O Ministério da Defesa ativou, no dia 03/02, por meio da Portaria nº 710, o Cmdo Op Cj Amz para atuar na área do Estado de Roraima e na porção do Estado do Amazonas incluído na Terra Indígena Yanomami. O documento traz diretrizes na coordenação e no planejamento do emprego das Forças Armadas (Marinha do Brasil, Exército Brasileiro e Força Aérea Brasileira).
Zona de Identificação de Defesa Aérea
Na segunda fase da operação foi estabelecido o controle total do tráfego aéreo da região norte do país. Na ocasião, foram criados três corredores de voo com intuito de possibilitar a saída coordenada e espontânea das pessoas não indígenas das áreas de garimpo ilegal por meio aéreo, que poderão voar para fora da região até o dia 6 de abril de 2023.
Hospital de Campanha
O Hospital de Campanha (HCAMP) da Força Aérea Brasileira (FAB) chegou aos 1687 atendimentos a indígenas, desde o início da sua inauguração em Boa Vista, na Casa de Saúde Indígena (CASAI).
Segundo o Comandante do HCAMP, Major Médico Felipe Figueiredo, a saúde dos indígenas tem evoluído de forma satisfatória, sem registros maiores de transferências para hospitais da capital. “De lá para cá o que a gente vem percebendo, realmente, é a diminuição nos atendimentos. Esse trabalho em conjunto com os Médicos Sem Fronteiras, Fundo das Nações Unidas para a Infância e a Força Nacional do Sistema Único de Saúde tem conseguido dar uma estabilizada”, informou.
Representante Yanomami
O Vice-presidente da Hutukara Associação Yanomami, Dário Vitório Kopenawa Yanomami, que atua há 18 anos como representante de defesa de 30 mil Yanomamis, sendo 363 aldeias, dos Estados de Roraima e Amazonas, parabenizou o trabalho realizado pelo Comando Operacional Conjunto Amazônia. “O papel de vocês é muito importante neste momento que estamos vivendo uma crise sanitária. Tantos aviões, tantas cestas básicas. Não tínhamos essa experiência. É a primeira vez que a gente está avaliando a questão de logística e a colaboração de solidariedade com o povo Yanomami”, relatou.
Fotos e vídeo: CECOMSAER
Fonte: Agência Força Aérea