A maior mina de urânio do Brasil, localizada no estado do Amazonas, foi adquirida pela empresa China Nonferrous Trade (CNT), uma subsidiária do grupo China Nonferrous Metal Mining Group. A transferência de 100% das ações da Mineração Taboca S.A. para a CNT foi realizada na madrugada desta terça-feira (26) e comunicada ao governo do Amazonas pela Minsur S.A., atual controladora da Taboca.
A mina está situada em Presidente Figueiredo, Amazonas, e abriga uma das maiores reservas metálicas do mundo, com depósitos significativos de estanho, tântalo e terras raras (um grupo de 15 elementos químicos estratégicos). A venda incluiu também a mina de urânio, uma das maiores reservas do mineral no Brasil, por um valor de US$ 340 milhões.
A transação levantou preocupações relacionadas à soberania nacional, devido ao controle estrangeiro sobre recursos estratégicos do país, além de possíveis impactos na segurança energética. Outros pontos críticos incluem o manejo ambiental da mineração e os riscos associados à evasão de materiais radioativos. Por outro lado, defensores da venda argumentam que a entrada de capital estrangeiro pode impulsionar o desenvolvimento econômico e tecnológico na região.
A notícia foi divulgada nas bolsas de valores de Pequim e Lima (Peru), refletindo o interesse global pela aquisição. A reserva, localizada próxima à BR-174 e à fronteira do estado de Roraima com a Venezuela, agora está sob controle de empresas vinculadas ao governo da República Popular da China, destacando o crescente protagonismo chinês em setores estratégicos no Brasil e na América Latina.
A venda reforça o debate sobre o equilíbrio entre o uso de recursos nacionais, soberania, e a atração de investimentos externos para o desenvolvimento econômico.
Texto: Ryan Jatahy
Fotos: Reprodução / Taboca
Edição: Beatriz Costa
