Escrito em cinco idiomas, o livro voltado para o público infanto-juvenil ‘Brilhos na Floresta,’ é uma história real sobre os cogumelos amazônicos que brilham no escuro
Baseado em uma aventura de fim de semana, presenciada pela bióloga Noêmia Kazue Ishikawa e outros amigos, em um sítio próximo a Manaus, surgiu o livro ‘Brilhos na Floresta’, publicado em cinco idiomas: Português, Inglês, Japonês e nas línguas indígenas Nheengatu e Tukano.
Lançado no Brasil no segundo semestre do ano passado, ‘Brilhos na Floresta’ também foi lançado em Tóquio, no Japão, no dia 27 de fevereiro. O livro pode ser adquirido nas melhores livrarias e também online.
Com ilustrações feitas pela designer Hadna Abreu e linguagem de contação de história, direcionada principalmente ao público infanto-juvenil, a obra celebra a Amazônia e as línguas indígenas brasileiras, pelo fato de 2019 ter sido o Ano Internacional das Línguas Indígenas.
Natural de Londrina, no Paraná, a doutora e especialista em cogumelos, é uma desbravadora da Amazônia, onde mora desde 2004. Por sentir falta de conteúdos voltados a valorização das nossas raízes, feitos para pessoas mais jovens, decidiu escrever a história no dia em que viu os cogumelos luminosos pela primeira vez.
“Muito se fala sobre histórias indígenas, porém não temos livros indígenas que as contem”, disse Noêmia.
A antropóloga, linguista e co-autora do livro, Ana Carla Bruno, também ressalta a importância de valorizar as línguas nativas da Amazônia. “A melhor forma de sensibilizar é começando pelas crianças, mostrando a biodiversidade para elas”, diz Ana Carla.
O livro inicialmente foi lançado em São Gabriel da Cachoeira no Amazonas, município localizado na região da Cabeça-do-Cachorro (extremo Noroeste do Estado) e considerado o mais indígena do Brasil.
Lá, a antropóloga viu pela primeira vez os fungos brilhosos, já que não estava presente na aventura contada no livro. Ela relata que foi uma experiência única e especial.
“Havia várias crianças, estávamos todos de mãos dadas na floresta para ver os cogumelos. Foi um momento muito emocionante”, descreve.
Segundo doutora Noêmia, esse tipo de cogumelo só pode ser visto no completo escuro e é preciso apagar todas as luzes para poder enxergá-los melhor
As duas contam que foi muito prazeroso escrever o livro, em parceria o antropólogo indígena Aldevan Baniwa e o pesquisador Takehide Ikeda. As autoras esperam que a obra seja motivação para que mais pessoas escrevam sobre a região amazônica e suas histórias fabulosas.
“Elas que podem ser tão interessantes quanto histórias de lendas estrangeiras que já conhecemos”, enfatiza doutora Noêmia Kazue Ishikawa.
Texto: Cinthia Guimarães e Kássio Moraes / Fotos: Divulgação