Por Beatriz Costa, Editora-Chefe
Desde a confirmação da capital paraense como sede da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), em 2025, Belém vem se preparando para receber chefes de Estado, representantes de ONGs, pesquisadores, empresários e jornalistas do mundo inteiro. O evento, um dos mais importantes da agenda climática global, promete transformar não apenas a paisagem urbana da cidade, mas também a realidade econômica e social do Pará.
Empregos e oportunidades para os paraenses
Segundo estimativas do governo estadual, a realização da COP30 em Belém deve gerar cerca de 200 mil empregos diretos e indiretos, em áreas como construção civil, hotelaria, gastronomia, segurança, transporte e produção cultural. Obras de infraestrutura, serviços temporários e eventos paralelos movimentarão a economia local, beneficiando desde grandes empresas até trabalhadores informais.
“Estamos falando de uma injeção significativa de recursos na economia paraense, com impacto direto na renda das famílias”, afirmou o governador Helder Barbalho. A expectativa é que, nos meses que antecedem a conferência, as oportunidades se multipliquem, inclusive para jovens e mulheres em situação de vulnerabilidade.
Turismo internacional: a Amazônia em evidência
Com a visibilidade global proporcionada pela COP30, Belém será palco de uma vitrine estratégica da Amazônia para o mundo. A cidade já se prepara para receber mais de 70 mil visitantes internacionais, o que impulsionará o setor de turismo e serviços.
Empreendimentos locais apostam na valorização da cultura amazônica como diferencial competitivo. Restaurantes, artesãos, guias turísticos e produtores de bioeconomia se organizam para apresentar aos visitantes a rica diversidade do Pará, com destaque para a gastronomia, o artesanato indígena e os saberes tradicionais.
Infraestrutura e mobilidade: legado urbano para a população
A preparação para a COP30 inclui investimentos em mobilidade urbana, revitalização de espaços públicos e melhorias ambientais, como a expansão do saneamento básico e requalificação de áreas centrais. O projeto da nova orla da cidade e intervenções nos bairros do entorno do Hangar – Centro de Convenções são apenas alguns exemplos.
Essas melhorias visam garantir não só a infraestrutura necessária para receber os eventos da conferência, mas também deixar um legado duradouro para os moradores de Belém. “Não é só sobre sediar um evento mundial, é sobre transformar a cidade para quem vive aqui”, reforçou a prefeita Edmilson Rodrigues.
O legado para o futuro: desenvolvimento sustentável como política pública
Mais do que impactos pontuais, a COP30 traz para o Pará a chance de consolidar políticas públicas voltadas à sustentabilidade, valorização dos povos tradicionais e desenvolvimento verde. A visibilidade internacional pode atrair investimentos em bioeconomia, projetos de carbono neutro, reflorestamento e capacitação técnica.
Além disso, a realização da conferência em solo amazônico reafirma o protagonismo do Brasil nas discussões climáticas globais, colocando a floresta e suas populações no centro da agenda ambiental.
A COP30 é mais que um evento — é uma oportunidade histórica para o Pará. Belém se prepara para viver uma transformação que vai além dos 12 dias de conferência: é a chance de se consolidar como capital da Amazônia e referência mundial em soluções sustentáveis. Um futuro mais verde começa agora, no coração da floresta.