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As opiniões divergem a respeito do lockdown em Alegrete

Desde a sexta 31/07 à noite até segunda 03/08 às 6h  Alegrete ficou em lockdown para evitar um número maior da contaminação pelo novo coronavírus, nem todos os moradores concordam com a medida

As opiniões da população divergem muito em relação ao lockdown, muitos acham que é certo o fechamento de quase tudo nos finais de semana, já outros acham que é errado, tendo em vista que os pequenos comércios e outras atividades dependam da renda dos finais de semana para seguirem seus comércios. Fica muito difícil porque temos que pensarmos na “vida” e na “economia”, sendo que para viverem necessitam trabalhar, vender e ganharem seu ganha pão.   

 Aqui temos algumas entrevistas do lockdown deste final de semana.

 

 Iris Gaiaralde Peres – professora

“… Eu sou a favor, penso que são nos finais de semana que aumentam as aglomerações nos parques e praças. Melhor dois dias de lockdown, do que de nenhum dia…”

 

Rodrigo Trindade de Lima – pecuarista e comerciante.

 “…Sou totalmente contra, não há estudos comprovados que o isolamento total funcione, pelo contrário há estudos feitos nos EUA, mostram que pessoas em isolamento contraíram o vírus. Sou a favor do distanciamento social controlado e tratamento preventivo para os sintomáticos como está sendo feito em outros estados e municípios, mesmo sem comprovação científica, mas as estatísticas mostram eficácia.

 Estão prejudicando os comerciantes e muitos já fecharam suas portas e funcionários foram demitidos. Tem ocorrido mais aglomerações pelo fechamento do comércio aos finais de semana, principalmente nos mercados na sexta-feira e na segunda o centro fica cheio de pessoas circulando novamente. Se está faltando leitos e profissionais de saúde, vamos pedir ajuda ao estado, porque recursos estão chegando no município, está faltando transparência destes recursos. E na minha casa todos já tomaram ivermectina…”

Zanira Severo abreu – dona de casa

“…No momento estou ficando mais pra fora do que na cidade. Aqui fora a gente não sente tanto a pandemia e o lockdown. Deve ser bem difícil para as pessoas ficarem em casa o tempo todo, sem sair para passear, ir num parque, ainda mais com esse dia de sol tão bonito.          Mas, eu acho que ajuda um pouco ficar em casa, porque as pessoas mesmo proibidas de se aglomerarem, sempre dão um jeito de fazer uma junção, mesmo em famílias…”

 

Luciano Fonseca do Amaral – pecuarista

“…No momento em que todas as nações buscam a melhor forma para combater ou amenizar os impactos do Coronavírus na saúde da população, é preciso priorizar a “vida”. Infelizmente o lockdown é a alternativa que resta mediante o crescimento dos casos, números de leitos hospitalares disponíveis e número da mão de obra (pessoal da saúde) especializada no nosso município. Certamente não é uma escolha fácil, justamente por isso, é debatida por uma comissão especializada de ampla representatividade no município.

A população precisa fazer sua parte com o uso adequado de máscaras, usando o álcool 70% e o distanciamento social. O lockdown é momentâneo, quanto maior for a adesão, menor será a circulação do vírus na cidade e mais cedo retornaremos as atividades costumeiras. A economia é uma área de grande importância, porém ela se recupera. Já a “vida”, não tem segunda chance com o vírus…”

 Gaspar h. x. Nunes – aposentado

“…Sou totalmente contra o lockdown no final de semana, se fosse para fechar o comércio, na minha opinião, teria que ser fechado em dia de semana também. Se não for para fechar tudo, no meu entender, teria que ser diminuído o horário de trabalho, fechando o comércio mais cedo do que o normal, porque o movimento durante a semana é intenso. Então não adianta fechar somente dois dias…”

 Roberto Uilian Garcia Sabino – comerciante

 “…Acho que em nada ajuda o lockdown no final de semana, pelo contrário só piora a situação, principalmente do setor comercial. Uma vez que milhares de famílias dependem dessa renda do final de semana para sobreviver…”

 Marco Antônio de Castro Luz – coronel do exército

“… É muito difícil hoje um posicionamento diante das medidas mais restritivas adotadas pelo Poder Público Municipal, visando ao combate à pandemia do novo coronavírus. Isso deve-se ao fato que todo mundo acaba tendo alguma razão, tanto os que defendem o Lockdown, como aqueles que querem a manutenção da abertura do comércio e a livre circulação de pessoas no município.

Se ouvirmos a opinião dos profissionais de saúde que trabalham na linha de frente de atendimento aos infectados, convivendo de perto com os horrores da doença e o drama dos doentes e seus familiares, esses certamente são a favor do recrudescimento das ações de distanciamento social; por outro lado, se consultamos os comerciantes formais e informais, em especial, os pertencentes ao chamado ramo ” não essencial”, todos, em uníssono, querem o comércio aberto e a normalidade restabelecida. 

Essa temática não encontra consenso em nenhum lugar do mundo, a polêmica é constante, uma vez que não existe tratamento para os pacientes da Covid-19, tampouco uma vacina já liberada para imunização imediata da população.  Quanto as medidas adotadas em Alegrete, como o Lockdown somente aos fins de semana, parecem-me, à primeira impressão, que a ação não apresenta muita efetividade, talvez devido ao curto espaço de duração do distanciamento mais rígido.

Se no Brasil tivéssemos todos adotado medidas efetivas de controle do contágio na fase inicial da pandemia, hoje teríamos resultados melhores, como é o caso de muitos países da Europa cujo uso da máscara hoje nem é mais obrigatório. O vírus já está circulando a todo vapor em nossa cidade, o melhor ainda é nos cuidarmos tomando as medidas de precaução recomendadas e aguardar a liberação de uma vacina, situação que permitirá que realmente voltemos à nossa vida normal…”

Zilá Leite – Pecuarista e artesã

 

“…Na minha opinião, lockdown não seria necessário, por tudo que temos lido e visto, o COVID-19 está sendo usado para terrorismo ideológico…cuidados e prevenções sim, são necessários. Principalmente usar o remédio Ivermectina como proteção e o protocolo da Hidrocloroquina, Azitromicina e Zinco nos primeiros sintomas. Alguns países da Europa não fizeram lockdown e tem baixos índices de mortes por COVID-19…”

Como diz Gabriel o Pensador:

…A cura tá no coração, e todos dormem, cada um na sua cela. To fugindo da loucura, olhando pra janela. Não dormi a pandemia já deixou sequela, poesia me procura e eu nunca fujo dela, isolado mas nem tanto, to conectado, mas me sinto abandonado como um náufrago na ilha deserta…

Texto Márcia Ximenes Nunes

Edição: Dulce Maria Rodriguez

Fotos: Reprodução

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