Nossos avós e alguns de nossos pais, geralmente moravam no interior dos municípios, pois esses pais moravam e trabalhavam para fora, e os filhos tinham que ajudar nesse trabalho, às vezes, trabalhos bem pesados para eles. Para poderem freqüentar uma escola, na maioria das vezes precisavam andar longas distâncias em estradas de chão e passando por córregos e rios, uns iam de bicicleta, outros de charretes e a maioria de a pé mesmo, distâncias de mais de uma hora caminhando, muitas vezes enfrentavam chuva, calor e muito frio no inverno aqui do sul do Brasil.
Entre nossos avós e pais que viviam nessas situações, na zona rural, era raro quem conseguia se formar em uma faculdade, pois estudavam com muitos sacrifícios e foram uns guerreiros e persistentes até chegarem ao fim de seus estudos.
Hoje em dia se tornou mais fácil estudar para quem mora na zona rural, porque temos escolas nessas áreas e ônibus que carregam os alunos e professores até elas.
Ainda temos muitas estradas ruins nesse imenso país, e algumas escolas em más situações, mas na maioria das vezes são escolas boas, com ótimos professores. Com transporte escolar, alimentação, internet, crianças com vontade de aprender e pais tranqüilos quando deixam seus filhos nessas escolas.
As crianças e adolescentes costumam passar o dia dentro dessas escolas, com muito aprendizado junto com os professores, momentos de lazer, uma dieta equilibrada e conectados com o mundo através da internet.
A escola do campo é o ponto central da luta contra o trabalho infantil, porque garante os direitos das crianças e adolescentes e promove a cidadania. Elas precisam existir sempre, para que os alunos não deixem de estudar, pois nela eles aprendem, sorriem, brincam e se divertem também e principalmente se tornarão grandes profissionais.
Já dizia Paulo Freire: “Não é preciso levar as crianças para a cidade. É no campo, com seus próprios recursos e referências que elas podem aprender.”
E aprendendo serão grandes homens e preciso que as escolas rurais sejam olhadas com mais carinho, tanto pelos políticos como pela população.
Escritora
