Governador com recorde de mandatos no Amazonas, Amazonino Armando Mendes faleceu hoje, aos 83 anos, em São Paulo, onde estava internado no Hospital Sírio Libanês.
Em nota, a família de Amazonino confirmou a informação e relembrou as vitórias do político, além da dedicação ao Estado.
“Uma vida vitoriosa dedicada com muito amor à família e ao povo do Amazonas. Amazonino deixa um Legado incomparável, como homem e político. Lutou bravamente como poucos, mas agora descansa em paz”, diz a nota.
Natural do município de Eirunepé, Amazonino iniciou sua carreira política concorrendo ao cargo de deputado estadual na década de 60, mas não obteve sucesso.
Em 1983 foi eleito bionicamente prefeito de Manaus, por indicação do então governado Gilberto Mestrinho e aprovação de seu nome pela Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (Aleam).
Em novembro de 2022, Amazonino foi internado no Sírio Libanês para tratar de uma broncopneumonia e diverticulite aguda e chegou a ter alta no início de dezembro, mas voltou a ser internado no mesmo mês.
O último mandato de Amazonino à frente do Governo do Amazonas durou 15 meses, entre 2017 e 2018 — ano em que tentou, sem sucesso, a reeleição. Em 2020, ele foi novamente derrotado no pleito para Prefeitura da capital. Em 2022, não chegou ao segundo turno na disputa para o Governo do Estado.
Único político a comandar o poder Executivo por quatro vezes, Amazonino entrou na política pelas mãos do ex-governador Gilberto Mestrinho, que o nomeou como prefeito de Manaus.
Legado
A trajetória política de Amazonino como governador é marcada pela intensa urbanização de bairros periféricos em Manaus, construção de estruturas de saúde, educação e segurança na capital e interior e de programas sociais assistencialistas que, considerados populistas, o ajudaram a conquistar a preferência dos eleitos em grande parte das eleições que concorreu.
Um dos principais legados do ex-governador é a criação da Universidade do Amazonas (UEA). Ele também implantou o Bolsa Universidade quando foi prefeito. Entre os programas sociais criados por ele estão ainda o Leite do Meu Filho e as Carretas da Mulher.
Ao todo, Amazonino construiu mais de 400 escolas e 173 hospitais e unidades de saúde, com destaque para o Hospital e Pronto Socorro João Lúcio Adulto e Infantil, na zona leste de Manaus. A realização de obras era uma das principais marcas do ex-governador que, durante quase todos os mandatos, utilizou como símbolo uma abelha com capacete grafado com a letra A.
Gestão
A gestão do ex-governador nos mandatos que exerceu também foi marcada por denúncias de corrupção, improbidade administrativa e peculato, além da execução de ações e programas bastantes criticados, como a distribuição de motosserras e rancho.
Na última campanha eleitoral, Amazonino disse se orgulhar de suas gestões terem passado pelo crivo da Justiça sem comprovação de denúncias ou condenação.
Biografia
Amazonino Mendes nasceu no dia 16 de novembro de 1939, em Eirunepé, e estudou no Colégio Dom Bosco e no Seminário do Espírito Santo, em Tefé. Formou-se em Direito em 1969, pela Universidade Federal do Amazonas, foi casado com Tarcila Prado de Negreiros Mendes e pai de Armando Mendes, Lívia Mendes e Cristina Mendes.
Amazonino começou sua carreira em 1970 como servidor público no extinto Departamento de Estradas e Rodagens do Amazonas, onde ficou até 1980.
Durante seus 40 anos de carreira política, Amazonino foi prefeito de Manaus três vezes (1983-1986 / 1993-1994 / 2009-2013), governador do Amazonas quatro vezes (1987-1990 / 1995-1998 / 1999-2003 / 2017-2018) e senador (1991-1992).
Seu último mandato foi como governador do Amazonas, de 2017 a 2018, após eleição suplementar que disputou contra o senador Eduardo Braga (MDB) e que o colocou como único político a exercer a chefia do Executivo estadual por quatro vezes.
Em 2018, Amazonino concorreu à reeleição e perdeu, com 41,50% dos votos, para o atual governador Wilson Lima. Em 2020, o ex-governador perdeu, com 48,73%, o pleito municipal, que teve como vitorioso o atual prefeito de Manaus, David Almeida (Avante).
Em 2022, concorreu ao Governo do Amazonas sem conseguir avançar para o segundo turno. Obteve 18,56% dos votos, perdendo para o senador Eduardo Braga (MDB) com 20,99% dos votos, e este foi derrotado pelo governador Wilson Lima (UB), eleito com 42,82% dos votos.
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