Com a proximidade da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30), que será realizada em Belém (PA) em 2025, a atenção global volta-se para a Amazônia. Pela primeira vez sediada na região Norte do Brasil, a conferência marcará um ponto crucial nas negociações climáticas internacionais, com a maior floresta tropical do planeta ocupando o centro dos debates.
A floresta como protagonista
A Amazônia representa mais de 60% do território brasileiro e é um dos principais reguladores climáticos do mundo, desempenhando papel vital na absorção de carbono e na manutenção dos ciclos hidrológicos. Com sua biodiversidade incomparável e uma cultura tradicional fortemente ligada ao uso sustentável da natureza, o bioma será apresentado como peça-chave para o cumprimento das metas do Acordo de Paris.
Na COP30, a expectativa é de que o Brasil reforce compromissos de preservação e desenvolvimento sustentável, apresentando dados, políticas e projetos voltados para a conservação da floresta e o fortalecimento das populações tradicionais. A Amazônia, portanto, será mais do que cenário: será pauta, agente e solução.
Oportunidades e desafios para os estados do Norte
A realização da COP30 na capital paraense traz impactos diretos para os estados da região amazônica. A visibilidade internacional deve gerar investimentos em infraestrutura verde, turismo ecológico, educação ambiental e, principalmente, em projetos de economia sustentável para as comunidades locais.
Governadores da Amazônia Legal já articulam uma frente unificada para apresentar propostas conjuntas que contemplem o combate ao desmatamento ilegal, o uso de tecnologias limpas na agricultura e a valorização do conhecimento indígena e tradicional. Programas como o Fundo Amazônia e parcerias bilaterais com países europeus devem ganhar novo fôlego a partir dos compromissos firmados na COP30.
No entanto, também existem desafios. O aumento da pressão internacional por resultados concretos exigirá políticas públicas mais eficazes e fiscalização constante. Além disso, será preciso garantir que os benefícios gerados pela conferência cheguem de fato às populações amazônidas, evitando soluções que apenas simbolizem sustentabilidade.
Legado da COP30
A escolha de Belém como sede da COP30 é histórica e simbólica. Ela sinaliza ao mundo que o Brasil quer protagonizar a transição para um modelo de desenvolvimento mais justo e ambientalmente responsável. Para os estados da Amazônia, a conferência pode representar uma virada de chave: da exploração predatória para a valorização da floresta em pé como ativo econômico e ambiental.
Se bem aproveitada, a COP30 poderá consolidar a Amazônia como referência mundial em bioeconomia, pesquisa científica e preservação ambiental — mostrando que o futuro do planeta passa, necessariamente, pela floresta mais importante do mundo.
Por Beatriz Costa, Editora Chefe do Portal Agrofloresta.