Em um século em que a agricultura era um grande desafio e os homens dominavam a agronomia, Johanna Döbereiner foi a pioneira em biologia do solo. Ao insistir no uso de microrganismos para promover a fixação biológica de nitrogênio e multiplicar a produtividade brasileira, alavancando a agricultura tropical e dando um novo alento na busca por competitividade frente a grandes mercados, ela colocou seu nome na história.
Suas pesquisas, fizeram com que o Brasil desenvolvesse o Programa Nacional do Álcool e se tornasse um dos maiores produtores mundiais de soja. Seu trabalho com a fixação biológica do nitrogênio, permitiu que milhares de pessoas consumissem alimentos mais baratos e saudáveis.
Johanna nasceu em Aussig, antiga Tchecoslováquia, mas o Brasil foi o berço de seus grandes feitos. Naturalizada brasileira em 1956, ela chegou ao Rio de Janeiro em 1950. Em 1940, ela conseguiu um emprego como operária rural, plantando batatas e ordenhando vacas ela se inspirou a cursar Agronomia na Universidade de Munique.
Quando ela chegou ao Brasil, em 1950, seu diploma lhe garantiu um espaço no Instituto de Ecologia e Experimentação Agrícola do Serviço Nacional de Pesquisas Agronômicas. Em 1957 ela já era a pesquisadora assistente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e em 1968 se tornou pesquisadora conferencista.
Poucos cientistas acreditavam que a fixação biológica de nitrogênio poderia competir com fertilizantes minerais, mas Johanna deu início a um programa de pesquisas sobre os aspectos limitantes da técnica em leguminosas tropicais.
Aos poucos ela foi conquistando seu espaço entre os homens, e tornou-se mundialmente reconhecida pelo seu trabalho, Johanna era muito modesta, ela mesma dizia que era apenas “uma camponesa no laboratório”.
Hoje em dia, suas descobertas rendem ao país uma economia anual de 1 bilhão de dólares em adubos nitrogenados e suas pesquisas são a base de programas de melhoramento da soja e alta produtividade da cana-de-açúcar, lhe garantindo muitos prêmios dentro e fora do país ao longo de sua vida, incluindo uma indicação ao Nobel de Química, em 1997.