A tradição é muito linda no Estado Gaúcho e passada de pai para filho e netos. Conheça o lindo legado de Antero Safons para com seu neto Rafael

…”Meu sistema de gaúcho

é mais ou menos assim

uso um tirador de pardo

arrastando no capim

uso uma bombacha larga

com feitio do melhor pano

e um “trinta” ao correr da perna

com palmo e meio de cano”…

(Música Criado em Galpão)

 

Antero Safons foi um grande tradicionalista do CTG Aconchego dos Caranchos  no Alegrete e passou todos os usos e costumes que o gaúcho cultura para toda a sua família, desde os filhos até os netos.

Ele foi o fundador desse Centro de Tradições Gaúchas, na qual completa 50 anos de existência, o que prova que o tradicionalismo é uma cultura lindíssima dos gaúchos e a tradição permanece sempre viva nesse povo.

Entrevistamos RAFAEL SAFONS, neto do seu Antero que nos conta um pouco de como é crescer em uma família que cultua as tradições.

Guri que se criou junto de seu avô lá no Ibirocai, no Rancho do Tabuleiro, estabelecimento rural de Antero Safons, ao qual vivenciou belos momentos que ficaram na memória e pra história.

…”Dias de frio, geada, acompanhava meu avô na chegada da Chama Crioula, juntamente com o seu Ciro Paim, seu Gerônimo Gargaro e muitos amigos do meu avô, saíamos do rancho em rumo ao Marco das três divisas (Alegrete, Uruguaiana e Quaraí) pra acompanhar a Chama Crioula  até a cidade de Alegrete, com várias paradas nas fazendas que sediavam o poso aos cavalarianos.

As tropeadas com gado que fazia pra levar ao Rodeio do Bolicho da Palmeira e do Piquete Passos do Moura, onde seu Bira Lacreca (in memória) juntamente com sua família estavam pra acompanhar e ajudar com o gado ao qual meu avô tinha emprestado pro evento.

Gestos bonitos que hoje em dia não existem mais.

 

Nos verões brabos, trabalhava parelho trocando tramas, palanques, espichando arames, cuidando do gado e das ovelhas nada era de brincadeira era tudo aprendizado e companheirismo.

Meu vô numa pampa Ford sempre carregada de coisas, íamos escutando estrada a fora no toca fitas timbre de gado e a cadela baia.

Assim passava-se o tempo…                                                                                                

As férias da escola tornavam-se pequenas, pros banhos no açude, pra andar no meu cavalo gateado, o entardecer na Querência, ave Maria as 18h, pois dormíamos cedo, não tinha luz na época e o rádio era a pilha e a água saloba jamais saíram da minha memória.

Na Semana Farroupilha que pra nossa família começava em agosto, com os cuidados com os cavalos, a organização do acampamento na sede do CTG Aconchego, pois nos mudávamos pra lá com toda a Família reunida e amigos que viviam junto conosco.

Carreteiro de charque no fogo de chão, churrasco todos os dias inclusive no café da manhã pra largar a gurizada pra escola.

Tio Ari, juntamente de sua gaita alegrava cada evento que meu vô criava.

E com esta história, eu fui fazendo a minha história.”…

De guri criado no campo, vivenciando essas histórias com homens gaúchos, ele se tornou um grande Ginete.

E foi com suas origens, força, garra e prestígio, que tornou pequeno o Rio Grande Sul, o Brasil e outros países com suas gineteadas e conquistas.

Ganhador de vários Prêmios como Carros, Motos, e muitos outros….

Consagrou se Campeão da Vacaria, Bi Campeão de Jesus Maria entre muitos rodeios por este mundo a fora.

E, hoje com sua própria família deixa registrado o seu amor as tradições gaúchas e sempre honrando suas origens e o legado que seu avô Antero Safons deixou a toda família.

Porque aqui no Rio Grande do Sul a tradição sempre será passada de pai para filho, para netos e bisnetos.

Temos orgulho de sermos gaúchos, e alavancar o tradicionalismo é a nossa missão de vida, porque sabemos honrar nossos antepassados e toda a história vividas por eles.

Escritora

Márcia Ximenes Nunes Chaiben

Post Author: Márcia Ximenes Nunes

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