Tradição é a cultura de um povo que vem passada de pai para filho por gerações. Ser tradicionalista é viver dentro da tradição e seguir cultuando os feitos dos nossos antepassados, dos nossos heróis, da lida campeira, da culinária e da parte artística.
Hoje entrevistamos a Milena Antunes 1ª Prenda do Centro Farroupilha de Tradições Gaúchas de Alegrete – RS e integrante da Invernada de danças da entidade.
Como se sente dançando na invernada de danças gaúchas e levando a cultura do nosso estado para outros pagos?
“…Eu danço desde os meus três anos de idade, a dança sempre fez parte da minha vida. Acredito que seja a arte que eu me sinta mais completa. Fazer parte de um grupo de danças vai muito mais além do que simplesmente dançar. Ali dentro do grupo se aprende a trabalhar em equipe, respeitar o próximo e o real sentido da palavra união.
As danças tradicionais gaúchas são danças resgatadas dos nossos antepassados, de inúmeras contribuições culturais que aqui viveram e fizeram sua história. Hoje dançando na invernada artística seguimos mantendo viva essa tradição. Atualmente, faço parte da invernada adulta do Centro Farroupilha de Tradições Gaúchas, a qual recentemente garantiu sua classificação em 1º lugar na Inter Regional do ENART. Acredito que a dança seja a linguagem mais sincera do nosso corpo, onde mesmo sem falar, conseguimos expressar o mais puro sentimento…”
Além de dançar o que você faz pelo Movimento Tradicionalista gaúcho?
“…Eu sou 1ª Prenda do Centro Farroupilha de Tradições Gaúchas e o papel da prenda vai muito além da Semana Farroupilha. Somos encarregadas a disseminar a cultura do nosso povo, seja em projetos sociais como escolas ou comunidades carentes, bem como projetos culturais de fortalecimento da cultura gaúcha…”
Qual o significado de buscar a chama crioula?
“…Buscar a Chama Crioula representa o Marco dos inícios dos festejos farroupilhas, aquele fogo aceso ardendo no coração de todos os gaúchos. Com isso podemos demonstrar os nossos mais sinceros sentimentos de devoção e amor ao nosso pago. A Chama Crioula, em 1947, foi o Marco da retomada das coisas da nossa terra, reascendendo nos gaúchos o estado de pertencimento as nossas tradições. Nos dias atuais, nosso papel é manter viva esta tradição para que gerações futuras possam desfrutar de conviver no meio mais saudável que é o tradicionalismo. Quando a chama crioula chega na cidade, sabemos que aquele sentimento de pertencimento está aceso em nossos corações…”
O que representa para você o “Desfile do Dia do Gaúcho”?
“…O desfile do gaúcho é um Marco na história do Rio Grande do Sul, pois comemoramos o dia do gaúcho na data magna a qual deu-se o início a Revolução Farroupilha em 1835. Quando o acordo na madrugada do dia 20 de setembro para encilhar o cavalo, eu sempre me pergunto o que estava passando na cabeça deles lá em 1835. Acredito que seja um orgulho maior em poder homenagear a patas de cavalo aqueles homens que lutaram pela nossa terra. Deles herdamos essa coragem e bravura do homem gaúcho, e que permanece estampado no rosto dos mais de 8000 cavalarianos que cruzam a praça Getúlio Vargas no Alegrete.
Dia 20 de setembro tem um significado diferente, não é apenas um ato de montar no pingo (cavalo) e desfilar, mas sim um ato de amor ao Rio Grande do Sul e aqueles que muito fizeram por nós…’