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A importância socioambiental dos animais para a agricultura e dieta dos animais

Dia 22/11 acontece o XII Congresso Brasileiro de Agroecologia (CBA), sobre a importância socioambiental dos animais para a agricultura e dieta dos humanos.

Temos como participantes:

– João C. Costa Gomes (Embrapa Clima Temperado)

– Angela Escosteguy (Instituto do Bem-Estar/ CRMV-RS)

– João Paulo Guimarães Soares (Embrapa Cerrados)

– Marcos Flávio Silva Borba (Embrapa Pecuária Sul)

– Elisa Cristina Modesto (IZ/UFRRJ)

Agroecologia é um termo genérico que cobre muitas práticas agrícolas com as quais você pode estar mais familiarizado, como orgânica, biodinâmica e permacultura.

Um modelo de agricultura alternativa baseada na integração e aplicação de conceitos ecológicos e sustentáveis na produção de alimentos

De acordo com a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), “a agroecologia ajuda a apoiar a produção de alimentos e a segurança alimentar e nutricional enquanto restaura os serviços ecossistêmicos e a biodiversidade que são essenciais para a agricultura sustentável”.

Além de considerar o manejo responsável dos recursos naturais, o modelo da agroecologia constitui um campo de conhecimento científico, que integra os saberes históricos dos agricultores com o avanço da ciência. 

Alimentos de origem animal são alimentos evolutivamente apropriados para humanos. É, portanto, notável que sejam agora apresentados por alguns como pouco saudáveis, insustentáveis ​​e antiéticos, especialmente no Ocidente urbano. Os benefícios de consumi-los são, no entanto, substanciais, pois oferecem um amplo espectro de nutrientes necessários para o desenvolvimento, função e sobrevivência de células e tecidos. Desempenham um papel no desenvolvimento físico e cognitivo adequado de bebês, crianças e adolescentes e ajudam a promover a manutenção da função física com o envelhecimento.

Embora o consumo elevado de carne vermelha no Ocidente esteja associado a várias formas de doenças crônicas, estas associações permanecem incertas noutros contextos culturais ou quando o consumo faz parte de dietas saudáveis. Além das preocupações com a saúde, existe também uma ansiedade generalizada sobre os impactos ambientais dos alimentos de origem animal. Embora vários métodos de produção sejam prejudiciais (cultivos intensivos para alimentação animal, pastoreio excessivo, desflorestação, poluição da água, etc.) e exijam uma mitigação substancial, os impactos prejudiciais não são intrínsecos à criação de animais.

Quando bem gerida, a pecuária contribui para a gestão dos ecossistemas e para a saúde do solo, ao mesmo tempo, que fornece alimentos de alta qualidade através da reciclagem de recursos que de outra forma não seriam adequados para a produção de alimentos, utilizando terras marginais e materiais não comestíveis (forragens, subprodutos , etc.), a integração da pecuária e da agricultura, sempre que possível, tem o potencial de beneficiar a produção de alimentos vegetais através de uma maior reciclagem de nutrientes, minimizando ao mesmo tempo as necessidades de insumos externos, como fertilizantes e pesticidas.

Além disso, os impactos no uso do solo, no desperdício de água e nas emissões de gases com efeito de estufa são altamente contextuais e a sua estimativa é muitas vezes errada devido a uma utilização reducionista de métricas. Da mesma forma, se a criação de animais é ética ou não depende de especificidades práticas e não do fato de os animais estarem envolvidos. Tais discussões também devem ter em conta que a criação de animais desempenha um papel importante na cultura, no bem-estar social, na segurança alimentar e na provisão de meios de subsistência. Aproveitamos esta oportunidade para defender suposições menos preconcebidas sobre os alegados efeitos dos alimentos de origem animal na saúde do planeta e dos seres humanos e animais envolvidos, por menos planejamento de cima para baixo baseado em métricas isoladas ou perspectivas tecnocráticas (ocidentais), e por mais abordagens holísticas e circunstanciais do sistema alimentar.

 

A agropecuária no Brasil é uma atividade econômica essencial, responsável pela geração de renda de milhões de famílias e responsável por movimentar mais de 25% do PIB do país. Apesar disso, são inúmeras as polêmicas e controvérsias em torno da produção de alimentos e das atividades agropecuárias quando o assunto é conservação da natureza e manutenção da biodiversidade dos ecossistemas nativos do Brasil.

 

Escritora

Márcia Ximenes Nunes Chaiben

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