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A agricultura familiar dentro da cafeicultura em Iúna no Espírito Santo, a responsável por boa parte dos alimentos que chegam à mesa dos brasileiros

 

A agricultura familiar cresce a cada dia que passa no nosso país, a família trabalhando junto em suas propriedades rurais, tendo como a mão de obra o núcleo familiar. A agricultura familiar é a responsável por boa parte dos alimentos que chegam à mesa dos brasileiros.

Nossa entrevista é com o produtor rural e cafeicultor Deneval Miranda Vieira, de Iúna no Espírito Santo. A Agricultura Familiar na cafeicultura, onde Deneval trabalha com sua esposa e os quatro filhos.

Como  é o dia a dia do cafeicultor?

…” Falando aqui da nossa região, o dia a dia do cafeicultor é uma vida bem simples do campo. Mas uma vida saudável e muito prazerosa de viver no campo, muito desafiador, às vezes, a questão financeira é muito difícil aqui na nossa região, a gente vê produtor de café que tem muito dinheiro sobrando. Estamos todos os dias fazendo investimentos e apostando naquele investimento que vai dar um retorno. Às vezes, dá retorno, outras não dá tanto retorno assim,  mas é uma vida bem familiar, dentro da comunidade que a gente vive e com todo o cafezal na volta. Nossa lavoura fica no máximo cinco quilômetros da casa, boa parte do cafezal é em torno da casa. Uma agricultura familiar onde os filhos trabalham junto, nossa atividade é em torno dos grãos, dos equipamentos, do secador de café, transporte, enfim uma vida boa e tranqüila.”…

 

O que devemos levar em conta na hora de escolher a cultura do café?

…”Olha, eu digo pra você que cada região do Brasil tem um motivo a  levar alguém escolher o cultivo do café. Na nossa região ela basicamente é cultural, uma cultura da nossa região.  Existe outros meios de conseguir dinheiro na nossa região,  mas o que predomina é o café. O cultivo de outras atividades não tem tanto sucesso quanto o café. Quando a gente está na região muito montanhosas e  o clima da região  é mais propício a produzir café, assim como eu que moro aqui na região esse é um meio de sobrevivência, na produção do café.  Muitas pessoas já migraram daqui pra outras regiões, pra fazer outros cultivos. Não é fácil produzir café, é caro, é desafiador, às vezes, o preço do café, se for considerar o preço de commodities, não paga  o produtor. Ainda assim quem produz o café aqui, ama, gosta muito, indo mais pro lado dos cafés especiais, aí se torna ainda mais atraente e  charmoso, é prazeroso a gente produzir café, inclusive produzimos com muito carinho e depois que nós passamos a produzir os cafés especiais, abriu um universo pra gente, foi algo sensacional e hoje pra mim se eu pudesse investir mais na produção de café quanto na parte do turismo onde envolve as belezas naturais da região, eu investiria.”…

 

Quais os tipos de café que vocês produzem?                

…”Trabalhamos com o café arábica,  nós desenvolvemos na  produção de cafés especiais, onde optamos pela produção de café bem diversificada  e explorando os sabores da bebida do café,  isso foi muito desafiador produzir cafés especiais  e oferecendo para o cliente, são várias bebidas diferente, mas pra nós também o fator altitude, clima, microclima e a terra que a gente tem favorece,  juntamente com as variedades diferentes que nós temos utilizado aqui no Sítio Cordilheira, onde começamos a produzir vários tipos de café, várias bebidas, nuances e que é chamado sensorial diferente, notas sensoriais diferente e a gente oferece isso para o público que realmente assim ama de paixão, pois  consegue tomar no mesmo sítio vários cafés  diferentes, hoje nós temos um dos cafés mais pedido pelo consumidor que é o Café Chocolate com nota mais de chocolate e caramelo,  depois nós temos o que nós chamamos de pomar que é um café que tem notas frutada e doce que vem de cafés que a gente produz de forma natural.  O chocolate tanto faz, pode ser natural ou um café descascado, esse pomar sempre a gente vai trabalhar com café natural. Geralmente a gente vai trabalhar com o café descascado. Já tem três ou quatro anos que a gente trabalha com reserva doce, buscando um café que a gente chama intermediário. Depois do chocolate e antes do próximo café que eu vou falar que é o milho verde. Então o café milho verde tem uma pontuação um pouco mais alta e isso traz notas sensoriais também diferente que a gente chama de milho verde que tem e lembra uma uma papa de milho com melaço de cana, uma baunilha. E  por fim a gente tem a edição especial café da rosa e o rosa plus. O da rosa é um café fermentado que ganhou a marca Café da Rosa, todas as pessoas querem provar o Café da Rosa é um café natural fermentado que nós criamos aqui, que tem o sensorial incrível. Às vezes, de goiaba, uísque, floral, muito doce, cítrico e por aí vai. Cada ano a gente muda um pouquinho o sensorial. Depois nós criamos o  Rosa Plus já tem dois ou três anos, é um café natural também, às vezes fermentado de outra variedade que dá outro sensorial. O Rosa Plus é um café premiado.”…

 

Fale um pouco da sua cidade Iúna:

A minha cidade chama-se Iúna, fica no estado de Espírito Santo, tem aproximadamente 29.220 habitantes, localiza-se ao sul do estado fazendo divisa com Minas Gerais, é o maior produtor de café arábica do estado, destaque também por estar a margem do Parque Nacional do Caparaó, onde abriga o Pico da Bandeira, muito visitado por turistas do mundo inteiro, a cidade é destaque nacional também pelos cafés especiais. Temos muitas belezas naturais, entre elas as cachoeiras. “…

 

Onde é vendido o seu café?

 

…” Temos a agroindústria, onde vendemos ele de duas maneiras:  café torrado e café verde ou cru, vendemos café torrado pelo Brasil inteiro. Fornecemos para algumas cafeterias, mas o grande cliente nosso de café torrado é o consumidor final. Vendemos para outros países como os Estados Unidos,  França e  Chile e no café verde, temos com micro torrefação onde temos parceiros em quase todos os estados do Brasil.”…

Escritora

Márcia Ximenes Nunes

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