Quem deseja começar um negócio no setor primeiro e no ramo de alimentos encontra o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) no Amazonas de portas abertas para conceder consultoria empresarial, financeira e de marketing.
O Sebrae-AM reuniu 36 empresas da área de alimentação, artesanatos e agronegócios durante os quatro dias da 41ª Feira e Exposição Agropecuária do Amazonas (Expoagro) para mostrar como o empreendedorismo tem mudado a vida de muitas famílias.
O estande foi um sucesso e atraiu mais de 100 mil pessoas em quatro dias de feira. Os expositores foram pequenos negócios que se destacam pela inovação em segmentos como geração de energia, artesanato, alimentos, bebidas, produção agrícola e saúde animal.
As empresas expuseram produtos como vinho de açaí, farofa temperada, agricultura orgânica, citricultura, artesanato, cosméticos naturais, consultoria em saúde animal, a fim de se tornarem mais conhecidas do público amazonense.
A gerente da unidade de Atendimento Coletivo do Sebrae-AM, Maria de Jesus Souza Vieira, responsável pelo espaço na feira, explica que a instituição procura ajudar as empresas nascentes ao identificar a necessidade individuais. “Não tem uma receita pronta. Nós trabalhamos gestão de marketing, financeira, venda. Cada uma empresa tem sua história e sua necessidade”.
O empreendedor interessado na consultoria deve procurar a Unidade de Atendimento e Relacionamento no Sebrae Amazonas, no Centro de Manaus. Os técnicos vão identificar a necessidade de cada negócio e encaminhá-lo para treinamentos e acompanhamentos.
Vinho de açaí
Um produto exclusivo chamou a atenção dos visitantes que queriam experimentar seu sabor único: o vinho de açaí Wasai Manaú. A bebida alcoólica produzida a partir da fermentação especial do açaí adquire uma coloração púrpura e um gosto que lembra muito o sabor do vinho de uva. O teor alcoólico varia entre 10% e 12%. Durante a feira, a garrafa de 750ml estava sendo vendida a R$ 50, em duas versões: suave e seco.
O vinho é produzido pela Energisa é novo no mercado e recebe assessoria de negócios do Sebrae Amazonas.
O Wasai Manaú foi patenteado pelo professor Helder Ehm Maia, um estudioso do açaí há duas décadas. Ele que é formado em nutrição, estudou as propriedades da fruta no mestrado em Ciências do Alimento e no doutorado em Biotecnologia da Alimentação até chegar ao vinho. “Comecei de forma artesanal, com amigos e familiares provando”.
A produção sai da pequena fábrica da Energisa, instalada na casa de Helder, no bairro Parque Dez, em Manaus, que conta com o apoio da esposa, da filha e de uma amiga para tocar o negócio.
A bebida vai ganhar um rótulo mais sofisticado porque, em breve, uma grande importadora vai apresentar o produto ao mercado internacional.
JK Consultoria
Os rios da Amazônia formam a maior bacia hidrográfica do mundo e abrigam milhares de espécies de peixes ainda não catalogados. Esse privilégio da natureza faz com que sejamos o estado com o maior consumo per capita de pescado do Brasil.
Diante desse potencial natural, a médica veterinária Jundiara Araújo teve uma ideia: criou há um ano a primeira clínica de peixes do Brasil, voltada tanto para a piscicultura, quanto para criação de peixes ornamentais.
“Nosso Estado tem um potencial enorme para o cultivo de peixes, mas nós não alcançamos todo este potencial. Um deles é a ausência de pessoas que trabalhassem com sanidade de peixes. Hoje temos este diferencial, estamos entrando comosolução”, conta a proprietária, que apresentou os serviços da empresa durante a 41ª Expoagro.
A empresa, localizada no conjunto Parque das Palmeiras, oferece serviços como sanidade de peixes, reprodução de peixes e correção de manejo.
“Um diferencial é a microchipagem de matrizes, diagnóstico de doenças no local, exames de sangue e internação dos peixes. Nosso maior público é o piscicultor e também uma demanda grande por proprietários de peixes ornamentais”, acrescenta Jundiara, Mestre em Aquicultura e Doutoranda em Inovação Farmacêutica.
Nutri+ saúde animal
Há poucos meses no mercado, a Nutri+ Saúde Animal também teve seus espaço bastante disputado durante a feira. A franquia comercializa suplementos a base de pró-bióticos, pré-bióticos e leveduras para pecuária, ovinocultura, piscicultura e avicultura. Os produtos que são adicionados à alimentação atuam para melhorar a sanidade dos animais.
A oportunidade surgiu quando Andreza estava buscando investir em uma franquia de cartório digital, mas recebeu uma proposta da Associação Brasileira de Franchising (ABF) para o setor agropecuário. Então, ela convidou Diego para entrar como o parceiro.
Hoje a sócia da Nutri+, Andreza Tomé, está animada com o crescimento da atividade agropecuária no Estado, por onde tem viajado para demonstrar o produto em fazendas, cooperativas e feiras agropecuárias. Ela garante que a aceitação tem sido muito positiva.
Os benefícios para o produtor rural são inúmeros, explica Andreza. “A indústria vem de São José do Rio Preto (SP). A suplementação é usada com a ração de modo ajuda na conversão alimentar que adere no corpo do animal. Portanto, dá mais sanidade, faz engordar, aumentar o leite das fêmeas, produz mais músculo, produz mais ovos em aves, melhora a pelagem de equinos, diminui o estresse do animal. São N fatores”, acrescenta Andreza.
“Estamos trazendo a Nutri+ para o Amazonas e isso nos abre um leque de consultoria, independente de qual área seja. Temos feito parceria para revenda, mas o foco é na venda direta. É um produto com selo orgânico e tem sido muito eficaz na entrada do mercado”, comemora .
Farofa da Elma
A Farofa da Elma já é conhecida nas feiras promovidas pela Agência de Desenvolvimento Sustentável do Amazonas (ADS) e estreou este ano na Expoagro, no estande do Sebrae.
As farofas são feitas de forma artesanal e vendidas em potes de 250g e 500g. São sabores bem diferentes: peixe, castanha, camarão com pimenta, piracuí, alho, carne seca, coco e calabresa.
O negócio nasceu da necessidade de Elma e Aline Magalhães, mãe e filha, que fazem um produto livre de conservantes químicos e aditivos de sabor.
“É sensacional, é incrível, é muito bom para os negócios, para a vitrine do produto mesmo. A gente consegue expor, conversar com os clientes, fazer um estudo de mercado, identificar melhor quem é o nosso público e aumentar o networking, a gente consegue trocar muitos contatos que acabam se tornando negócios futuros. É muito bom”, afirma Aline Magalhães, filha da Elma e sócia no negócio da família.
A dupla trabalha com dois tipos de farinha, mas afirma que uma é especial: a famosa farinha da Comunidade do Uarini, que vem direto para o negócio da família. Segundo elas, o orgulho de comercializar um produto indígena e sem qualquer processo industrial torna o empreendimento muito mais especial.