“Os camponeses precisam melhorar sua renda, ter sua moradia, saúde e educação”

Os agricultores estão aguardando o crédito emergencial do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF) no valor de R$ 20.000,00

A Presidente da Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (FETAGRI AM), Edjane Rodrigues

Para os agricultores a logística do escoamento de produção está com muita dificuldade, pela pandemia do coronavirus. Os barcos não estão fazendo as viagens com regularidade para o interior do Estado, disse a Presidente da Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (FETAGRI AM), Edjane Rodrigues, que representa 330 mil agricultores familiares do Amazonas.

 Em entrevista exclusiva com Agroflorestamazonia.com,  contou  o seguinte:

1-O que precisam os camponeses para melhorar a sua qualidade de vida?

-Melhorar sua renda, ter sua moradia, saúde e educação para todos e todas.

2- Que inovações do ponto de vista tecnológico, são necessárias para que a agricultura familiar possa gerar uma renda maior e se desenvolver?

-Agroindústria para agregar valor aos produtos, logística de transporte e ter uma rede de comercialização, para diminuir os atravessadores e garantir um valor justo para o agricultor familiar

3-Quais as dificuldades enfrentam os agricultores pela pandemia do coronavirus?

– Continuam em produção, mas estão com dificuldades na comercialização dos produtos, porque não está tendo feiras livres. Não tem garantia de renda.

4-Como estão fazendo para o escoamento da produção?

-Estão com muita dificuldade de transporte pelos barcos, porque não estão fazendo as viagens com regularidade para o interior do Estado e os donos das embarcações não querem fazer viagens somente com cargas.

-A esperança da ajuda do governo federal é com o auxílio emergencial de R$ 600,00. Estamos aguardando o crédito emergencial do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF) no valor de R$ 20.000,00, mas os bancos ainda não iniciaram as operações.

O Governo Estadual tem ajudado muito. A FETAGRI AM apresentou um conjunto de medidas emergenciais ao governador e a SEPROR e foi atendida com várias ações:

Crédito emergencial de R$ 21.000,00 pela AFEAM; prorrogação das dívidas por 180 dias; transformou o Programa Regional de Merenda Escolar (PREME) no Programa de Assistência a Família (PAF) com a continuidade de aquisição de gêneros alimentícios da agricultura familiar para fazer doações para famílias com vulnerabilidade social e iniciou a partir de 22 de abril, a distribuição de merenda escolar com o programa Merenda em Casa, garantindo a aquisição de produtos da agricultura familiar através do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE).  São algumas ações que estão ajudando o agricultor familiar na ponta.

6-Como o Plano Safra está ajudando os trabalhadores do campo?

Apesar do anuncio do crédito emergencial para a agricultura familiar a ser operado pela AFEAM, ainda não é uma realidade. Essa ação ainda não saiu do discurso, precisamos avançar nessa ação.                      

7- Quantos trabalhadores já pediram o auxílio emergencial ?

O DIEESE e a CONTAG fizeram um estudo com base nos dados do governo federal e do censo agropecuário do IBGE 2017, considerando os que tem renda até 3mil reais, o Amazonas tem um potencial de alcançar 200 mil agricultores familiares. A quantidade que requereram não tenho como saber, porque é espontânea e individual o requerimento do benefício.

8-Quantos filiados tem a Fetagri AM

-Nós representamos cerca de 330 mil agricultores familiares no Estado, estamos organizados com 60 sindicatos de trabalhadores rurais agricultores e agricultoras familiar no Amazonas.

9- Como os trabalhadores do campo estão reagindo à  crise do coronavirus?

-Com preocupação com a doença, por falta de especialistas na saúde no interior do Estado. Tem medo de contaminação pelos contatos com as pessoas que vem de fora dos municípios. Diminuição dos trabalhos coletivos quando tinha a multidão que era a troca de trabalho entre as famílias que participavam mais de 10 pessoas para fazer um roçado ou uma farinhada.

Entrevista: Dulce María Rodriguez

Fotos: Divulgação

Post Author: Agro Floresta

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