Nesta sexta-feira, 3, uma solenidade realizada no Forte Marechal Rondon, em Brasília, marcou a comemoração nacional do Dia da Arma de Comunicações e a memória dos feitos de seu patrono, o Marechal Cândido Mariano da Silva Rondon. No Exército Brasileiro, a data do aniversário de Rondon, 5 de maio, é considerada o dia oficial das Comunicações.
A cerimônia foi presidida pelo Comandante do Exército, General de Exército Tomás, que exaltou a importância das Comunicações para a Força e para a sociedade. “As comunicações são desafiadas o tempo todo, porque a tecnologia não para. E são nossas comunicações que transmitem informações fundamentais para que o comando tenha condições de cumprir suas missões. Ontem mesmo estive no Rio Grande do Sul acompanhando um dos maiores desastres climáticos que temos no momento, e vimos que, antes mesmo de termos os helicópteros, os meios de engenharia ou os botes para auxiliar a população, o primeiro passo é instalar e recuperar os sistemas de transmissão. Sem isso, nada funciona. Essa é a herança maior que Rondon nos deixou: entender que, antes de tudo, temos que comunicar”.
Durante a solenidade, foi inaugurado o Espaço Cultural Marechal Rondon. Localizada na sede do Comando de Comunicações e Guerra Eletrônica, a instalação reúne diversos materiais, documentos e imagens relacionadas à história do Marechal.
Prestigiaram a solenidade o Chefe do Departamento de Ciência e Tecnologia, General de Exército Furlan; o Chefe de Educação e Cultura do Estado Maior-Conjunto das Forças Armadas, General de Exército Montenegro; o Comandante de Defesa Cibernética, General de Divisão Alan; o Comandante de Comunicações e Guerra Eletrônica, General de Brigada Paulo Sérgio; antigos membros do Alto Comando do Exército e demais autoridades civis e militares.
Comunicações
A Arma de Comunicações do Exército foi criada em 1956. A partir de então, a nova Arma assumiu a condução das telecomunicações, que antes ficavam sob responsabilidade da Arma de Engenharia. As Comunicações têm as missões de instalar, explorar, manter e proteger o sistema de comunicações dos diversos escalões, estabelecendo as ligações necessárias em tempos de paz e nos cenários dos conflitos militares. Além disso, a Arma atua no controle do espectro eletromagnético no ambiente cibernético por meio das atividades de guerra eletrônica e de guerra cibernética, e visa impedir, dificultar e obter informações das comunicações inimigas.
Marechal Rondon
Cândido Mariano da Silva Rondon nasceu em 5 de maio de 1865, em Mimoso, próximo a Cuiabá, Mato Grosso. Muito cedo Rondon despertou seu pendor para a carreira das armas, ingressando na Escola Militar da Praia Vermelha aos 16 anos. Em 1888, ele foi promovido a alferes (posto correspondente hoje a “aspirante-a-oficial”).
Durante sua vida, Rondon dedicou-se a duas causas mestras: a ligação dos mais afastados pontos da fronteira e do sertão brasileiro aos principais centros urbanos e a integração e bom relacionamento com a população indígena. Logo em sua primeira empreitada, Rondon desbravou mais de 50 mil quilômetros de sertão e estendeu mais de 2 mil quilômetros de fios de cobre pelas regiões do País, ligando as mais longínquas paragens brasileiras pela comunicação do telégrafo. Como indigenista, pacificou tribos, estudou os usos e costumes dos habitantes dos lugares percorridos e participou da criação de medidas legais de proteção aos indígenas.
Rondon também contribuiu para que quinze novos rios viessem a figurar em nossos mapas, como resultado de suas explorações fluviais, e ajudou na catalogação de mais de vinte mil exemplares de nossa fauna e flora. Na sessão solene do Congresso Nacional de 5 de maio de 1955, Rondon, já com 90 anos, recebeu as insígnias do posto de marechal. Faleceu no Rio de Janeiro em 19 de janeiro de 1958, aos 92 anos.