Dirigentes do Sindicato das Empresas de Navegação Fluvial do Amazonas (Sindarma) e do Instituto brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), estiveram reunidos na manhã desta sexta-feira (8) com a cúpula da Secretaria de Segurança Pública do Estado para debater ações voltadas para o combate da pirataria nos rios do Estado.
No encontro, o presidente do Sindarma, Galdino Alencar, apresentou a proposta para que uma parte dos recursos do Fundo Amazônia sejam direcionados para a segurança e o combate das quadrilhas e ao roubo de combustível, que fomentam diversos outros crimes como a prostituição infantil e o tráfico de armas e drogas, que se alastram cada vez mais nas bacias fluviais.
“Sabemos das dificuldades de logística e recursos do Poder Público para fazer frente a grande estrutura das quadrilhas. As transportadoras fazem o que está ao seu alcance, com tecnologia de rastreamento via satélite e escoltas armadas, que reduziram muito o sucesso dos assaltos, mas as tentativas e ataques são diários”, afirmou Alencar.
Ainda segundo o dirigente, parte dos recursos do Fundo Amazônia – criado em 2008 para captar recursos para projetos e ações ambientais na região – poderiam ser utilizados na segurança fluvial, uma vez que o roubo de combustíveis também fomenta garimpos ilegais e o desmatamento irregular da floresta.
“Apesar da tecnologia e reforço na estrutura das embarcações, há um sério risco de uma tragédia ambiental sem precedentes caso uma balsa com combustível sofra um dano, explosão ou vazamento irreversível durante o roubo do combustível ou de uma troca de tiros com os piratas”, alertou Galdino Alencar.
Combustível
Em sua apresentação, na qual também esteve presente a Marinha do Brasil, o secretário-executivo de Segurança Pública do estado, Agenor Teixeira, apresentou a atual estrutura do órgão no combate à pirataria, que inclui quatro bases e 56 lanchas rápidas, além do uso de tecnologias avançadas para monitoramento fluvial.
Teixeira também falou do projeto ‘Cinturão Verde’ que visa reforçar a segurança nos rios e destacou os altos custos operacionais, principalmente com combustível, por conta das longas distâncias.
Em resposta, o IBP sinalizou que irá avaliar um termo de cooperação – como o que o Sindarma firmou com a secretaria em 2017 – doando combustível e apoio técnico para que o Estado siga com as atividades de fiscalização e combate ao crime organizado fluvial.
Workshop
Na tarde de ontem (7), Sindarma e IBP também estiveram reunidos no workshop ‘Operações Logísticas na Amazônia: Oportunidades e Desafios’, na sede da Petrobras, em Manaus. No evento, foram debatidas ações de integração entre os setores público e privado, operações com combustíveis e outras cargas na Região Norte e as práticas operacionais adotadas na seca extrema de 2023.
Representando o Sindarma, Samy Lins, apresentou ainda, um painel com as dificuldades logísticas no Amazonas e o combate à pirataria e roubos de cargas.
*com informações da assessoria