Engajados em tornar o Amazonas livre de febre aftosa sem vacinação, estão fortalecendo as áreas técnicas, principalmente, o setor de defesa animal e as unidades locais de sanidade animal e vegetal que, agora, totalizam 51. Também vão ampliar o trabalho de fiscalização, educação e conscientização dos produtores rurais
A Agência de Defesa Agropecuária e Florestal do Estado do Amazonas ( ADAF) foi criada através da Lei 3.801, de 29 de agosto de 2012 ; quase oito anos depois ela conseguiu fazer sua primeira nomeação e convocação de novos servidores.
Este mês foram empossados 134 servidores e em agosto se somarão mais 74. Mas o caminho não foi fácil, porque o estado estava acima do limite de acordo com a Lei de Responsabilidade Fiscal.
Mas compreendendo a importância da defesa agropecuária no Estado do Amazonas, da preservação e a sanidade do patrimônio animal e vegetal, o governo fez um Termo de Ajustamento de Gestão (TAG), que foi assinado pela Casa Civil, Procuradoria Geral, Tribunal de Contas, Ministério Público de Contas e pelo gestor da Adaf, para que fosse permitida a nomeação e convocação dos 208 novos servidores.
A Agência estava em 45 municípios e com os novos servidores passou a estar presente ,fisicamente, em 51 municípios do Amazonas. Para isso, o governo do Amazonas destinará em torno de R$ 15 milhões ano.
Em entrevista exclusiva com www.agroflorestamazonia.com o diretor presidente da Agência de Defesa Agropecuária e Florestal do Estado do Amazonas (ADAF), Alexandre Araújo, respondeu o seguinte:
1) O que mudou na Agência com os novos funcionários?
– Mudou muita coisa para melhor. Todos os nossos setores das áreas técnicas, a parte da defesa animal, a defesa vegetal, a inspeção de produtos agropecuários de origem animal, o cadastro e fiscalização de agrotóxicos, foram fortalecidos.
Também o setor de comunicação, área administrativa e financeira, mas , principalmente, as unidades locais do interior estão sendo fortalecidas com novos profissionais: engenheiros agrônomos, fiscais médicos veterinários, fiscais técnicos em agropecuária, auxiliares de fiscalização e assistentes técnicos, que estão dando um suporte para a execução dos programas sanitários que são responsabilidade da ADAF.
O intuito é levar os programas para o produtor rural que é o grande beneficiário dessas ações. ADAF se sente mais fortalecida recebendo os 134 novos servidores que tomaram posse no dia 3 de julho e em agosto serão chamados outros 74.
2) Quais atividades terão prioridade ?
-Vamos ampliar o trabalho de fiscalização agropecuária nas barreiras, onde se faz o controle do transito de animais, vegetais e se verifica que os produtos que entram e saem do estado tenham a certificação sanitária necessária.
Os novos funcionários também trabalharão nas unidades locais de sanidade animal e vegetal, buscando um alcance maior de produtores beneficiados.
Uns dos objetivos é ampliar o programa de educação sanitária e de conscientização do produtor. É de fundamental importância que os produtores possam ter conhecimentos dos programas sanitários da parte animal, vegetal, inspeção e agrotóxicos da ADAF. Para que eles saibam quais são os seus deveres: vacinação, realização de exames e medidas de quarentena quando tem ocorrência de praga.
Pela pandemia, nós tivemos que nos reinventar para divulgar a informação para o produtor. Realizamos um trabalho nas redes sociais, foros e reuniões virtuais, aproveitando a tecnologia.
Para conseguir o objetivo também contamos com as parcerias da Federação de Agricultura e Pecuária do Estado do Amazonas (FAEA) e com o Sistema Sepror
3) Qual foi o foco do treinamento dos novos funcionários?
-Todos os servidores que tomaram posse, recentemente, passaram por um nivelamento da apresentação da casa, do trabalho de todas as gerencias, da Secretaria de Estado de Produção Rural (Sepror) e seus componentes: o Instituto de Desenvolvimento Rural do Estado do Amazonas (Idam) e Agência de Desenvolvimento Sustentável do Amazonas (ADS).
Alem disso, eles tiveram treinamento prático, cumprindo com o protocolo sanitário e na prevenção da pandemia. Os servidores mais antigos estão compartilhando seus conhecimentos com os novos servidores e temos programado outro treinamento de caráter técnico mais ampliado.
No que diz respeito ao coronavirus, estamos observando, cuidadosamente, as medidas sanitárias que estão contidas nos decretos governamentais, ouvindo as autoridades sanitárias, respeitando o isolamento social, as medidas de higienização com álcool em gel e fazendo revezamentos. Os atendimentos estão sendo feitos via agendamento pelo whatsapp e o email, com antecedência para evitar aglomerações.
Até o dia 20 está restrita a participação dos servidores do grupo de risco.
4)Quais são as metas da Agência neste segundo semestre do ano?
-Estamos engajados em tornar o Amazonas livre de febre aftosa sem vacinação. Já são 13 municípios com mais de 1 milhão de cabeças de bovídeos que tem a vacina suspensa.
No dia 14 de agosto o Ministério da Agricultura,Pecuária e Abastecimento (MAPA) vai encaminhar para Organização Mundial de Saúde Animal, que se localiza na França, o pleito do Brasil em retirar a vacinação do Bloco I.
Foram cumpridos todos os protocolos do plano de ação para a retirada da vacina da febre aftosa: a implantação das 3 barreiras de vigilância agropecuária, a finalização do estudo solo epidemiológico, a chamada dos concursados, estruturação e fortalecimento das unidades locais de sanidade animal e vegetal, com veículos, servidores, lanchas, equipamentos apropriados para o desenvolvimento dos trabalhos da defesa agropecuária.
Para o Bloco II, em torno de 500 mil cabeças de 49 municípios, a previsão era retirar a vacinação em 2021, mas, devido a pandemia, todas as ações em todos os estados estão atrasadas e ficou definido que a retirada da vacinação vai ficar para o ano de 2022.
Os rebanhos continuam a ser vacinados em 2021 e o pleito fica atrasado por mais 1 ano.
O Amazonas em breve estará aderindo ao Serviço Brasileiro de Inspeção de Produtos de origem Animal, isso significa que aquelas industrias que se adequarem e adquirirem o Sisbi poderão exportar os seus produtos para os outros estados da Federação brasileira, abrindo um grande mercado, para os produtos regionais que são inspecionados pela ADAF.
Com grande potencial para exportar para outros estados estão o pescado, carne bovina de gado branco e búfalos; bem como laticínios em geral.
5) Qual é o principal desafio da ADAF neste segundo semestre do ano?
-Ambientar os novos servidores, para que eles entendam o serviço da defesa e possam, efetivamente, desenvolver ao máximo suas potencialidades em prol de nosso setor agropecuário e nossos produtores.
Texto Dulce Maria Rodriguez
Fotos: Divulgação