Durante o Congresso da Associação Brasileira de Agroecologia que aconteceu de 20 a 23/11, na cidade do Rio de Janeiro, ocorreu a Mesa Redonda sobre *A Importância socioambiental dos animais para a agricultura e dieta dos humanos*, na qual participaram técnicos, criadores, professores de UFRRJ, UNIPAMPA, UFPR e representantes da Embrapa, Mapa, CPRA, CRMV-RS e ONGs.
Nos debates finais o grupo concluiu que a inserção e importância dos animais nos ecossistemas e na sociedade atual deve ser melhor examinada e debatida pelo movimento agroecológico e para isso, seria importante ter um Grupo de Trabalho para estudar melhor a questão e orientar a todos. Também foram identificadas mais duas ações : 1. A necessidade de incluir o ensino dos sistemas orgânicos nos currículos dos cursos de veterinária e zootecnia e 2. Solicitar ao CFMV a criação de uma Comissão Nacional de Pecuária orgânica/base agroecológica.
Conforme o protocolo, a proposta de criação do GT foi apresentada por três membros da ABA: Angela Escosteguy (IBEM/CRMV-RS), João Carlos Costa Gomes (Embrapa Clima Temperado) e João Paulo Soares (Embrapa Cerrados). O tema foi debatido na Assembleia final e participantes de diversas estados manifestaram suas opiniões. Na sequência a proposta foi votada e aprovada por ampla maioria dos presentes.
Para Angela Escosteguy, “De acordo com estudos recentes da FAO e da Universidade de Oxford, em conjunto com especialistas de diversos países, os animais criados em sistemas pastoris são insubstituíveis para manter um fluxo circular de materiais na agricultura, reciclando de várias maneiras as grandes quantidades de biomassa não comestível. Estudos mostram que os sistemas pecuários bem manejados, aplicando princípios agroecológicos, podem gerar muitos benefícios, incluindo sequestro de carbono, melhoria da saúde do solo, biodiversidade, proteção de bacias hidrográficas e prestação de importantes serviços ecossistêmicos. A pecuária deve ser aprimorada aplicando princípios agroecológicos, mas não reduzida ou suprimida.”
Escritora
