De olho em 2040: cadeia produtiva da carne bovina já possui tendências

Menos pasto e mais carne, lucro apenas com bem-estar animal, biotecnologia transformando a pecuária e a carne, apagão de mão de obra e digital transformando a cadeia produtiva, essas são algumas das dez megatendências apontadas em um estudo feito pelo Centro de Inteligência da Carne Bovina (CiCarne) da Embrapa, em parceria com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). 

O cenário para os próximos vinte anos da cadeia produtiva da carne bovina brasileira, é fruto de monitoramento do ambiente externo e busca subsidiar a agenda estratégica de instituições públicas e privadas. 

Os pesquisadores do CiCarne afirmam que a melhor aposta é de desenvolvimento e sucesso para os gestores eficientes e que muitos pecuaristas não conseguirão se adaptar, assim deixando a atividade pecuária.

As 10 tendências para 2040:

  1. Biológicas à frente no manejo de baixos resíduos;
  2. Biotecnologia transformando a pecuária e a carne;
  3. Menos pasto, mais carne;
  4. Lucro apenas com o bem-estar animal;
  5. Pecuária consolidada em grandes players;
  6. Frigorífico: mais natural e com maior exigência de qualidade;
  7. Carne com denominação de origem;
  8. Brasil, mega exportador de carne e genética;
  9. Digital transformando toda a cadeia produtiva;
  10. Apagão de mão de obra.

O mercado consumidor se movimentará em duas direções. A primeira, mais óbvia, será a do crescimento, oriundo de novos mercados, em especial a Ásia. A segunda será a sofisticação, com cortes diferenciados e produtos de origem denominada que abrirão novas oportunidades de geração de valor ao mercado. O maior grau de exigência do consumidor será um gatilho transformador da atividade. A concorrência com outras fontes de proteína também forçará toda a cadeia a produzir melhor. O bem-estar animal será mandatório, da cria ao abate.

 A inovação digital, por sua vez, será uma das duas forças disruptivas para o mercado nas próximas duas décadas e servirá de força catalisadora no processo de transformação da cadeia, injetando gestão e inteligência na atividade, aproximando o elo produtor do consumidor e viabilizando a rastreabilidade, certificação e qualidade do produto carne. A busca por soluções sustentáveis será intensa, transformando a indústria de insumos. Soluções biotecnológicas ocuparão espaço no manejo. A biotecnologia impactará desde o manejo na propriedade até a qualidade do produto final, que chegará à mesa dos consumidores. Junto com o digital, a biotecnologia será a mola propulsora de transformações.

O impacto social será relevante – muitos pecuaristas não conseguirão se adaptar e deixarão a atividade. A escala será um pilar da produção. Haverá importante apagão de mão de obra, levando à necessidade de formar e reter profissionais qualificados na pecuária, um dos maiores desafios para todo o setor, futuramente.

A melhor aposta é de muito desenvolvimento e sucesso para os bons gestores. Se produzirá mais carne em menos área, liberando terras para a agricultura e silvicultura; e se ocupará espaço no cenário internacional, exportando desde genética a produtos altamente especializados e de elevado valor agregado. O País terá uma pecuária altamente tecnificada, profissional, competitiva e uma referência global não só pelo gigantismo, mas também por sua tecnologia e qualidade.

 

*Com informações Embrapa Fotos: Reprodução 

Post Author: Bruna Oliveira

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