A reprodução e o desenvolvimento de mais de 800 mil pós-larvas no Centro de Tecnologia, Produção e Conservação de Recursos Pesqueiros (CTPC), situado no Distrito de Balbina, em Presidente Figueiredo (a 117 quilômetros de Manaus), foi acompanhado, no domingo (19/03), pelo secretário-executivo, em exercício, de Pesca e Aquicultura da Secretaria de Estado de Produção Rural (Sepror), Márcio Pinheiro.
O Centro é coordenado pelo Governo do Amazonas, por meio da Sepror, sendo referência na reprodução de peixes nativos, como o tambaqui e a matrinxã. A produção de pós-larvas e alevinos são distribuídos gratuitamente para os piscicultores em municípios com potenciais produtivos na atividade.
Márcio ressalta que o objetivo do Governo do Amazonas é ampliar esse fomento para mais piscicultores dos municípios mais distantes.
“Entre essas 800 mil pós-larvas, uma parte serão estocadas para se transformarem em alevinos e outras serão destinadas aos piscicultores. Buscamos atender aquele pequeno e médio piscicultor com o fornecimento de alevinos e pós-larvas. Com esse incentivo, ele vai diminuir os custos na produção. Buscamos ampliar ainda mais a atividade da piscicultura em nosso estado, através de políticas públicas, capacitação e fomento, diz Márcio.
Produção
Em 2022, foram produzidas mais de 8,1 milhões de pós-larvas e 2,1 milhões de alevinos, atendendo mais de 1 mil famílias de piscicultores em 26 municípios e na capital com a estimativa de cerca de R$ 50 milhões gerados em recursos.
De acordo com o gerente do CTPC, o engenheiro de pesca, José Mário Baracho, que atua na estação há 31 anos, o alevino produzido é melhorado geneticamente, para que o piscicultor possa ter mais produtividade e rentabilidade, consequentemente gerando renda para sua família e um alimento seguro para população.
“Neste ano de 2023, nossa estimativa é produzir cerca de 15 milhões de pós-larvas e 2,5 milhões de alevinos, para atender aproximadamente 1,5 mil famílias, além de ampliar o número de municípios a serem atendidos, chegando em locais mais distantes”, afirma Baracho.
Desde 2019 até 2022, foram produzidos mais de 33,4 milhões de pós-larvas e 6,1 milhões de alevinos de tambaqui e matrinxã, destinados aos piscicultores de 27 municípios do estado.
Um dos piscicultores beneficiados com o recebimento de alevinos, Welligton Moraes, de Presidente Figueiredo, afirma que esse auxílio é fundamental para desenvolver mais sua produção.
“Recebi há cerca de 20 dias, 26 mil alevinos de tambaqui. Hoje nós sabemos que para comprar o alevino não é barato, esse incentivo é o que precisamos para crescer mais. No final de 2022, até cheguei a vender os peixes para o programa Peixe no Prato, isso compensa muito, tanto na geração de renda, como em nossa economia de insumos”, finaliza Welligton.
Pesquisa e capacitação
Além de reprodução, o Centro desenvolve estudos de melhoramentos genéticos e de aprimoramento dos sistemas produtivos dessas espécies, e capacitações técnicas, em parceria com o Instituto de Federal do Amazonas (Ifam), Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
Márcio Pinheiro fala que o Centro possui 8 viveiros e cerca de 20 incubadoras para transformar a larva do peixe em alevinos, tendo um produto geneticamente melhorado.
“Todo processo de investimento nas matrizes reprodutoras que estão instaladas nesses tanques de reprodução, termo de sanidade, qualidade de água, boa alimentação, uma vez maduras, elas são levadas para o laboratório de reprodução, onde é feita a indução hormonal, eclode a larva, que se transforma em pós-larva, e depois e levado para os tanques de alevinagem, previamente preparados, depois é feito a despesca para serem distribuídos em todo estado do Amazonas”, comenta márcio.
Aos piscicultores interessados em receber o incentivo, basta procurar o Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável (Idam) local ou a Secretaria Municipal de Produção Rural do município para solicitar o fomento, que entrará no cronograma de entregas da Sepror.
“A estação é muito importante para a história da piscicultura do Amazonas, ela foi pioneira, a primeira desova artificial do tambaqui no estado, foi realizada em Balbina, no ano de 1991. O estado, na época, ainda dependia dos alevinos que vinham do sul do país e do Nordeste. Graças a esta estação, o Amazonas se tornou independente nessa parte de importar alevinos. Balbina hoje atende todo o estado e auxilia outras instituições da iniciativa privada a se firmarem, para melhor atenderem as demandas dos piscicultores”, finaliza Baracho.
FOTOS: Emerson Martins/Sepror