A alpargata é um calçado muito usado pelos gaúchos e pelas gaúchas de todas as querências como se fala por aqui no sul, usados por todos e em todas as idades. Nada como tirar as botas no final da tarde depois de um dia de sol e colocar elas para dar um alívio aos pés e quando chegamos do trabalho na cidade a idéia é a mesma. Um calçado usado no dia a dia aqui no sul do país, principalmente na região da fronteira com o Uruguai e a Argentina.
Elas surgiram por volta do ano 1300, na região basca, fronteira entre França e Espanha. O termo “espadrille” é originário da França, enquanto o termo alpargata é da Espanha, porém o uso de uma planta chamada “esparta” serve para a produção do solado e era usado em terras espanholas.
Muito usada nas infantarias de reis, sacerdotes, camponeses e nas danças tradicionais catalãs, na qual tinham cordas amarradas nos tornozelos. Por volta do ano de 1800 elas começaram a ser exportadas para países da América dos Sul. Artistas como Picasso e Salvador Dalí também eram adeptos desse calçado.
A alpargata ou esparteña é um calçado de lona com costume de esparto ou cáñamo, que se assegura pelo simples ajuste no pé ou por fitas. Os espartanos usavam nos trajes típicos, além de ser um calçado operário urbano e hoje em dia usam por lá como um calçado informal no verão. Sendo que os gaúchos usam tanto no inverno como no verão.
Elas foram levadas para a zona do rio da Prata pelos imigrantes espanhóis e franceses vascães, na terceira década do século XIX, sendo adotada pelos trabalhadores rurais em substituição da bota de garrão de potro e passou a ser uma companheira da bombacha tradicional do gaúcho.
Na Argentina era um calçado barato e era usado diariamente pelos paisanos e gaúchos. No Uruguai e Chile usavam no verão e na Colômbia fazia parte dos trajes típicos.
E aqui no Rio Grande do Sul é usada diariamente, já faz parte da indumentária do gaúcho e acredita-se que sua origem vem dos árabes e mouros. Pois, as palavras que começam com prefixo “al” vem do árabes , dos mouros “alpercata” da palavra árabe “albagati”, que quer dizer sapatilha.
Os árabes usavam roupas parecidas com as dos gaúchos, como a bombacha. Os mouros usavam a alpargata como parte da farda militar de combate. Por volta de 1865 teve as imigrações dos espanhóis e portugueses para a América e veio junto com as bagagens às tradicionais alpargatas que são usadas até os dias de hoje.
O solado é de fibra vegetal e o fechamento é em lona. Hoje encontramos diversos modelos como as com fibra vegetal, solado de borracha e acabamento em couro e tecido. Elas fazem parte da vestimenta do gaúcho, tanto no campo como na cidade e não tem nada melhor do que colocarmos uma alpargata no final do dia e descansar nossos pés.
Entrevistamos a Eliza Micaela Segabinazzi que é Engenheira Agrícola e proprietária da La Camponesa, na qual fazem parte as alpargatas mais lindas da região da Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul.
Quando e por que você começou a vender alpargatas?
…”Comecei a vender no ano de 2020 em meio à pandemia do COVID-19, precisava de uma renda e uma distração ao mesmo tempo, já que as aulas da faculdade estavam suspensas. Vi nas alpargatas uma oportunidade, já que é um calçado confortável e bastante usado pelas pessoas em meio ao meu círculo de amizades.”…
Como tu te sentes usando alpargatas?
…”Eu sou suspeita em falar né?! A alpargata sempre foi um calçado famoso e utilizado em nosso estado por influência dos hermanos, além disso, virou febre em diversos lugares por ser confortável e adepta a todos os estilos. Me sinto bastante confortável e bem vestida com uma alpargata nos pés, independente da ocasião, coloco uma alpargata e vou. Recomendo a experiência!”…