Entre as ações desenvolvidas pelos Esquadrões dessa Aviação estão o Reconhecimento Visual (RV), Fotográfico (RF), Meteorológico (RM) e Reconhecimento Infravermelho (IV).
Em meio às guerras Napoleônicas e Franco-Prussiana, balões eram utilizados no reconhecimento aéreo. Mais tarde, essa atividade era efetuada por aviões de caça e de bombardeios, que eram adaptados e equipados para esse fim. Com a segunda Guerra Mundial e, durante a Guerra Fria, os Estados Unidos desenvolveram vários modelos de aviões que executavam, especificamente, a função de reconhecimento, eram o U-2 e o SR-71 para lidar com a ameaça nuclear da União Soviética.
Com o advento da tecnologia, as aviações de reconhecimento tornaram-se ainda mais modernas e, com isso, aeronaves remotamente pilotadas, inteligência de sinais, monitoramento de áreas de interesse e reconhecimento tático foram desenvolvidos com o objetivo de tornar os meios aéreos mais rápidos, ágeis e eficientes, auxiliando o país na obtenção de dados de inteligência.
Reconhecimento na FAB
Na Força Aérea Brasileira, as missões de reconhecimento nasceram em 24 de junho de 1947 e em novembro de 1952 realizou sua primeira missão com a ativação do Primeiro Esquadrão do Décimo Grupo de Aviação (1º/10º GAV), quando as metralhadoras de defesa das aeronaves de ataque A-20 foram substituídas por câmeras fotográficas.
Nesse contexto, em 1965, as Esquadrilhas de Reconhecimento e Ataque (ERA) foram criadas e empenhadas em uma enorme gama de atividades, cumprindo um vasto programa de instrução, além de executar missões operacionais reais, como repressão ao contrabando, patrulhamento de fronteiras, reconhecimento foto e visual, bombardeamento de plantações de drogas ilícitas e outras inúmeras ações de menor vulto.
A captação de sinais do espectro eletromagnético, com o uso de equipamentos de alta tecnologia, é outra vertente do reconhecimento. As plataformas utilizadas possuem sensores digitais eletro-óptico e infravermelho (IR) com capacidade de análise diurna e noturna, além de radares de abertura sintética, que permitem realizar o reconhecimento mesmo havendo cobertura de nuvens entre a aeronave e o alvo.
Evolução tecnológica
Com isso, houve uma adequação à tendência da guerra moderna no sentido de se utilizar Aeronaves Remotamente Pilotadas (ARP), que também são empregadas na vigilância do espaço aéreo brasileiro. Em um cenário de evolução operacional na Força Aérea, surgiu o IVR, uma aplicação integrada da Inteligência, Vigilância e Reconhecimento, tanto em período de paz quanto em situações de conflito.
Nos dias atuais, a análise e coleta de dados de inteligência e o monitoramento de áreas de interesse são algumas das atividades realizadas pelos esquadrões da Aviação de Reconhecimento da FAB: o Primeiro Esquadrão do Décimo Grupo de Aviação (1º/10º GAV) – Esquadrão Poker; o Segundo Esquadrão do Sexto Grupo de Aviação ( 2º/6º GAV) – Esquadrão Guardião; o Primeiro Esquadrão do Décimo Segundo Grupo de Aviação (1º/12º GAV) – Esquadrão Hórus; e o Primeiro Esquadrão do Sétimo Grupo de Aviação (1º/7º – GAV) – Esquadrão Orungan.
As aeronaves E-99 são empregadas, em missões de Controle e Alarme em voo; os R-99 e RA-1, bem como as Aeronaves Remotamente Pilotadas (ARP) RQ-450, RQ-900 e RQ-1150 realizam diversas missões de Reconhecimento Aéreo. No entanto, ressalta-se que as ARP também se destacam nas atividades de vigilância, principalmente em Operações conjuntas.
O Esquadrão Poker realiza missões específicas de reconhecimento desde o ano de 1952 e, atualmente, está equipado com o RA-1. Além de reconhecimento tático, realiza ações de reconhecimento visual, fotográfico, meteorológico e estratégico.
Protegendo a Região Norte
Já o Esquadrão Guardião, ponta de lança do Sistema de Vigilância da Amazônia (SIVAM), é responsável por vigiar e proteger a Amazônia Legal, bem como pelo planejamento e execução de ações de Controle e Alarme em Voo, além de Reconhecimento Aéreo. Nesse contexto, destacam-se as atuações do R-99 em diversas Ações de Força Aérea, a exemplo do Exercício Conjunto TÁPIO e das Operações FORMOSA, SAMAÚNA, BRASIL e ÁGATA.
Por sua vez, o Esquadrão Hórus emprega Aeronaves Remotamente Pilotadas (ARP) no âmbito da Força Aérea Brasileira (FAB), uma tecnologia nova e que ainda apresenta amplo campo para desenvolvimento. A aquisição dessas ARP trouxe novas perspectivas e capacidades para a Aviação de Reconhecimento. Desde então, o Esquadrão vem sendo empregado em diversas missões, destacando-se a Operação Verde Brasil (2020/2021), na qual o 1º/12° GAV atingiu a marca de 656 horas e 50 minutos de voo nas Aeronaves Remotamente Pilotadas, sendo estas o RQ-450 e o RQ-900, operando a partir de Cachimbo (PA).
Desde a implementação da tarefa de IVR na FAB, a Aviação de Reconhecimento tem recebido especial atenção, no sentido de atualizar as suas doutrinas, visando adaptar-se às novas missões e expectativas do Comando da Aeronáutica. Nesse sentido, o Primeiro Esquadrão do Sétimo Grupo de Aviação (1º/7º – GAV) – Esquadrão Orungan, iniciou, recentemente, em Santa Cruz (RJ), as operações com o RQ-1150 Heron I.
Fonte: Força Aérea Brasileira (FAB)
Fotos: Esquadrão Guardião / Esquadrão Hórus / Sargento Figueira (CECOMSAER)