“O meu poncho de vicunha
Aquele velho poncho amigo
Que durma sempre contigo
Bem de encontro ao coração
Só assim terá a impressão
Que estás dormindo comigo.”
O poncho faz parte da vestimenta do gaúcho, somos um povo tradicionalista e zelamos por nossa cultura que sempre foi e será passada de pai para filho.
Serve para nos abrigar do frio no inverno intenso no Rio Grande do Sul. Ele é feito de lã grossa, circular ou oval, não tem franja, a gola é alta, geralmente azul de um lado e vermelho do outro e com alguns botões no peitilho na frente.
O poncho (do quíchua: punchu) é uma vestimenta tradicional da América do Sul a partir do século XVIII, o frio fez com que os nativos usassem como proteção o couro de animais assemelhando-se ao poncho (toropi).
O gaúcho do meio rural e o da cidade usa-o para proteção do frio, chuva e do vento, por sobre a vestimenta usual, sendo feito em teares com lã de ovelha, também serve como cobertor improvisado.
Na América Andina é feito de lã de lhama, alpaca ou vicunha.
Durante chuva e frio o poncho é o companheiro do gaúcho, sendo no campo, nas campereadas, nos rodeios, na lida campeira, no desfile do gaúcho ou na cidade é um agasalho tradicional do gaúcho.
Antigamente o poncho também servia como instrumento de defesa: o gaúcho com ele se protegia nas brigas com arma branca, enrolando-o no braço.
Sobre o poncho, a palavra vem de pontho, no idioma araucano, povo indígena do Chile. Câmara Cascudo vê como origem do poncho a pênula romana, espécie de capa que protegia os soldados nas viagens e durante as guerras. Os gaúchos conheceram o poncho por influência ibérica, a partir de 1750.
Enfim, essa indumentária gaúcha nos protege do frio no inverno , o importante é nos aquecer nas noites frias de geada grande.
Tem os que se protegem com o PALA que é feito de lã ou algodão quando nos protege do frio, ou de seda quando nos protege do sol. A diferença é que ele é sempre retangular com franjas nos 4 lados. Pode ostentar listas retas, paralelas aos lados maiores do retângulo. A gola do pala é um talho, por onde o gaúcho enfia o pescoço.
Expressões com sentido figurado sobre o nosso poncho gaudério:
“Pisar no poncho” – Significa ofender; provocar.
“Forrar o poncho” – Ganhar ou receber uma boa quantia em dinheiro.
“Emalar o poncho” – Enrolar o poncho, feito mala-de-garupa; viajar.
“Por baixo do poncho” – Agir ocultamente, com cautela; Esconder as intenções.
Portanto, com todo esse frio que faz aqui no sul, com geada caindo quase todas as noites, pegue sua prenda e divida o poncho com ela.