O Chrysocyon Brachyurus, mais conhecido como lobo-guará, é o maior canídeo sul-americano. O animal é solitário e na maioria das vezes inofensivo, sendo bastante tímido em relação aos humanos. Ele é encontrado em áreas abertas, como os campos dos pampas gaúchos.
Pesando cerca de 30 Kg e atingindo até 1,6m ele é um canídeo de grande porte, suas principais características são as pernas compridas e as orelhas longas, sendo considerado com um aspecto “desengonçado”. Sua alimentação é baseada em pequenos animais como insetos, roedores, aves e também frutos silvestres, esse lobo é um importante dispersor de sementes.
O termo guará é de origem tupi e significa “vermelho”, sendo uma referência à coloração dos pelos do lobo, que são laranja-avermelhados.
Mesmo existindo a maioria desses animais no Brasil, essa espécie não é exclusivamente brasileira, pois de acordo com dados da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), o lobo-guará pode ser encontrado também na Argentina, na Bolívia, no Paraguai e no Peru, estando possivelmente extinto no Uruguai, algo que também corre o risco de ocorrer em nosso país.
Alvo de fazendeiros e caçadores durante anos, o lobo-guará é uma raridade no Rio Grande do Sul. Sendo que nos últimos 30 anos, foi fotografado apenas três vezes em terras gaúchas, estando atualmente no nível mais alto de ameaça de extinção no estado, como animal criticamente em perigo.
A destruição de seu habitat, a expansão da malha rodoviária (o que causa atropelamentos), retaliação à predação de animais domésticos e as doenças decorrentes do contato é o que mais provoca a morte de muitos espécimes. Segundo o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), o Brasil abriga quase 90% da população conhecida da espécie ao longo de sua distribuição territorial.
O lobo-guará é classificado como “quase ameaçado” na Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da IUCN, dessa forma, é necessária mais atenção com a espécie para que ela não desapareça da nossa fauna futuramente.