A estatal usa conhecimentos científicos e tecnológicos para promover uma agricultura movida a ciência na Amazônia
A Fundação Getúlio Vargas (FGV EESP) nesta semana realizou mais uma edição do webinar Diálogos Amazônicos. Tiveram como convidado ao presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Celso Luiz Moretti e ao secretário de Estado do Amazonas de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (Sedcti) Jório de Albuquerque Veiga Filho para tratar o tema: Inovações e Embrapa no desenvolvimento da Amazônia.
Moretti sublinhou que na Amazônia a pesquisa, desenvolvimento e inovação da estatal é focado em Bioeconomia de base biológica.
Mas o que é Bioeconomia? a bioeconomia pode ser definida como uma economia cujos pilares básicos de produção, como materiais, químicos e energia, são derivados de recursos renováveis. Nessa “nova” economia, a transformação da biomassa possui papel central na produção de alimentos, fármacos, fibras, produtos industriais e energia.
A diferença entre a bioeconomia do passado e a atual é que esta última tem por base o uso intensivo de novos conhecimentos científicos e tecnológicos, como os produzidos pela biotecnologia, genômica, biologia sintética, bioinformática e engenharia genética, que contribuem para o desenvolvimento de processos com base biológica e para a transformação de recursos naturais em bens e serviços
Para isso, a Embrapa possui nove centros de pesquisa na chamada Amazônia Legal: “No Acre, Amapá, nós temos a Agrossilvipastoril no Mato Grosso, a Embrapa Cocai no Maranhão, Embrapa Amazônia Ocidental em Manaus, Embrapa Amazônia Oriental em Belém, Embrapa Pesca e Aquicultura em Tocantins, Embrapa Rondônia, Embrapa Roraima são as nove unidades”, disse Moretti
Embrapa possui 89 laboratórios na Amazônia brasileira e são mais de 1.222 colaboradores, 337 pesquisadores, 318 analistas, 197 técnicos e 370 assistentes. Desse contingente são 291 colegas com o título de Doutor e 142 mestres atuando na Amazônia.
O portfólio de projetos focados para Amazônia conta com 43 instituições parceiras tanto públicas quanto privadas e desenvolvem hoje 47 projetos de pesquisas nos quais tem investido R$ 32,5 milhões.
E fora aquelas nove unidades que estão presentes na Amazônia tem outras 26 totalizando 35 unidades no Brasil.
Ainda conforme Moretti “por meio da pesquisa, da exploração da biodiversidade do bioma Amazônico podemos fornecer elementos, substâncias, compostos químicos, enfim uma série de ativos para ajudar a resolver problemas do dia a dia do cidadão e gerar emprego e renda”.
Sem agenda
O evento online foi moderado pelo professor da FGV EESP, Márcio Holland, onde coordena o programa de pós-graduação em Finanças e Economia (Master).
Na sua participação no diálogo o secretário Jório Veiga Filho disse que falando sobre o plano regional de desenvolvimento da Amazônia, não é possível estabelecer uma agenda para o desenvolvimento da bioeconomia no bioma Amazônia sem uma garantia de investimentos. “É impossível determinar prazo para qualquer coisa”, enfatizou.
Por isso estão realizando um seminário agora em junho para tentar garantir um fluxo de caixa que permita criar um plano de trabalho. Segundo ele a estratégia passa também por políticas públicas e pelo reconhecimento dos profissionais que queiram trabalhar aqui.
Veiga informou que o ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles vai falar sobre esse movimento de sustentabilidade na região, no dia 19 e 20 de abril. “Teremos uma mesa redonda com o vice-presidente da Câmara dos Deputados (AM), Marcelo Ramos que vai falar sua visão da política para a região.
Os três elementos
No webinar participou também Daniel Vargas professor da FGV EESP onde atua como Diretor de Pesquisa da GV-Agro. Ele enfatizou “o desafio da inovação ligada a sustentabilidade estaria em arrumar uma forma de casar três elementos para que o crédito abrace a tecnologia e ao empreendedor, para que faça com que a Zona Franca de fato entre na floresta garantindo a ela a sustentação primeiro”
A seguir o presidente da Embrapa fez uma apresentação desse trabalho da estatal em todo o Brasil e de como é que a agricultura brasileira hoje é movida a ciência.
Exemplos da agricultura movida a ciência na Amazônia
Por Dulce Maria Rodriguez
Fotos: Embrapa / Divulgação