Conhecido como basilicão ou alfavaca, o tradicional manjericão-de-folha-larga (Ocimum basilicum L.) pode ser a base de um produto natural para o controle de importantes pragas das lavouras.
O estudo feito por cientistas da Embrapa Meio Ambiente (SP) explica que ao aplicar o óleo essencial dessa planta sobre folhas de feijão, houve registro da morte de cerca de metade das lagartas da espécie Helicoverpa armigera e um índice de letalidade de 30% para a Anticarsia gemmatalis.
A chamada de lagarta-da-soja por ser a principal praga da leguminosa. Ambas atacam diversas culturas e, por isso, são consideradas importantes pragas agrícolas. O basilicão foi o mais eficaz entre as nove plantas cujos óleos essenciais foram testados no controle das duas lagartas na pesquisa.
“Uma das motivações para o uso de óleos é sua baixa, ou mesmo nenhuma, toxidez para o ambiente e para as culturas agrícolas. Os cientistas realizaram avaliações biológicas e comportamentais dos insetos e identificaram os principais compostos presentes nos óleos. Parte dos resultados foram publicados em um boletim de pesquisa”, destacaram.
O estudo é considerado promissor pois há a possibilidade de reduzir o uso de defensivos químicos, o que pode ser feito por substituição, ou uso do manejo integrado de pragas (MIP). A redução do uso de inseticidas químicos também auxilia na redução da resistência dos insetos a esses defensivos, um problema que vem crescendo nas lavouras, conforme explica a pesquisadora Jeanne Marinho Prado.
“Esses óleos também podem se tornar mais uma ferramenta de controle de insetos na agricultura orgânica, na qual esses compostos são permitidos, ampliando o leque de possibilidades do manejo das pragas. A utilização de inseticidas pode promover a resistência de populações de insetos-praga. A falta de novas moléculas inseticidas e a repetida utilização de produtos com modo de ação semelhante em uma mesma safra podem favorecer a resistência da população dos insetos, reduzindo a eficácia das aplicações.
Jeanne Prado possui graduação em Agronomia pela Universidade Federal de Viçosa (2003), mestrado em Entomologia pela Universidade Federal de Viçosa (2006) e doutorado em Entomologia por esta mesma instituição (2010). Realizou pós-doutorado do Instituto Agronômico de Campinas (IAC) e atualmente trabalha como pesquisadora na Embrapa Meio Ambiente. Tem experiência na área de Agronomia, com ênfase em Entomologia, atuando principalmente nos seguintes temas: manejo integrado de pragas, controle biológico, defesa de plantas, relação inseto-planta e pragas quarentenárias.
Além da pesquisadora, participaram do trabalho os pesquisadores Lilia de Morais e Ricardo Pazianotto.
Texto: Bruna Oliveira *Com informações da assessoria Fotos: Reprodução