Assinatura dos contratos de venda de concessões no Polo Urucu está sujeita ao êxito das negociações, informou a estatal
A Petrobras iniciou negociações com a Eneva sobre termos e condições para a venda da totalidade de sua participação em sete concessões no Polo Urucu, localizado na Bacia de Solimões a 623 km a sudoeste de Manaus, Amazonas.
A estatal, em comunicado informou “a assinatura dos contratos de venda está sujeita ao êxito das negociações, que envolvem aspectos comerciais e contratuais da transação a serem aprovados pelas instâncias decisórias de ambas as partes”, disse a petroleira, ao confirmar o recebimento de propostas pelo ativo.
A Eneva tinha apresentado em dezembro do ano passado uma oferta de US$ 600 milhões pelo polo. Na ocasião, a 3R Petroleum (RRRP3) fez uma oferta maior, no montante de US$ 1,1 bilhão. No entanto, a oferta da 3R apresentava várias restrições que inviabilizavam a transação, o que fez com que a Petrobras fizesse outra rodada de ofertas em janeiro deste ano.
Urucu: a maior reserva provada terrestre de petróleo e gás natural
O Polo Urucu compreende 7 concessões de produção (Araracanga, Arara Azul, Carapanaúba, Cupiúba, Leste do Urucu, Rio Urucu, Sudoeste Urucu), todas localizadas no Estado do Amazonas, nos municípios de Tefé e Coari, ocupando uma área de aproximadamente 350 km2
Descoberta em 1986, trata-se da maior reserva provada terrestre de petróleo e gás natural do Brasil, segundo a Petrobras.
A produção média mensal do Polo no 1° trimestre de 2020 foi de 106.353 boed, sendo 16.525 bpd de óleo e condensado e 14.281 Mm³/d de gás, além de 1,137 mil ton/dia de GLP.
A Petrobras é operadora em todas as concessões do Polo, com 100% de participação.
O que está incluido na transação?
Além das concessões e suas instalações de produção, estão incluídos na transação as facilidades de processamento e armazenamento da produção de petróleo e gás natural do Polo Arara, com destaque para 4 Unidades de Processamento de Gás Natural (UPGNs) e estações de tratamento e compressão, tanques de petróleo e esferas de GLP.
Por estar localizado em área remota, também estão incluídos um aeroporto, centro médico e demais instalações que viabilizam a operação em tais condições, além das facilidades de suporte logístico à produção, tais como o Porto Encontro das Águas localizado em Manaus e as Bases de Apoio Logístico Evandro I e II localizadas no município de Coari.
Será oferecido contrato transporte dutoviário, armazenagem, movimentação, carga e descarga de embarcações de petróleo e GLP em condições que serão informadas durante o processo.
Quem é a Eneva
A Eneva é uma empresa integrada, que une a atividade de produção de gás natural em terra à geração de energia. As operações da empresa estão concentradas no Norte e Nordeste do país e contribuem para o aumento da segurança energética das regiões e para a modicidade tarifária.
A companhia detém outros ativos na região Norte: os campos Azulão e Juruá. É responsável por 46% da capacidade instalada de geração térmica do subsistema Norte e 11% da capacidade instalada de geração a gás do país.
A Eneva possui uma única classe de ações e seu capital social é composto por 315.767.683 ações ordinárias, negociadas na B3 – Brasil, Bolsa Balcão sob o código ENEV3.
Segundo o portal da Eneva, ela é uma companhia é uma corporation, isto é, possui capital pulverizado, sem existência de acordo de acionistas.
Estrutura Acionária
Estrutura Societária
Opositores a privatização
Segundo o portal www.urucudobrasil.com “Privatizar Urucu é uma ameaça para a Amazônia. Nós já vimos esse filme antes com a privatização da Vale, que resultou no maior acidente ambiental que este país já viu em Mariana e Brumadinho (MG). Uma empresa privada priorizará seus lucros em detrimento do meio ambiente”.
Grupo de Sindicatos dizem: “Em mais de 30 anos de atividades em Urucu a Petrobrás não registrou nenhum acidente de grandes proporções e se tornou referência internacional em ocupação responsável da floresta”.
De acordo com o portal Urucu é do Brasil as atividades em Urucu geram dois mil empregos diretos e tantos outros indiretos, garantindo o sustento de milhares de famílias amazonenses.
A Petrobrás contribui com 15% do PIB do estado do Amazonas, o que garante mais investimento público em todas as áreas: saúde, educação e infraestrutura. A companhia investiu por anos em educação e cultura em projetos como o Barco Escola, Ciência Sem Fronteiras e diversos editais culturais. Sem essa responsabilidade social, a região ficará ainda mais pobre.
Salienta “o suor e o sangue de milhares de brasileiros construíram a Petrobrás. Construíram a maior base tecnológica auto-sustentável da Amazônia”
Ainda o portal ressalta “A Petrobrás está sendo fatiada e vendida aos poucos. O objetivo é recolonizar o Brasil, permitindo empresas estrangeiras lucrarem com nossas riquezas”.
Texto Dulce Maria Rodriguez
Fonte: Petrobras, Eneva, Reuters, Urucu é do Brasil
Fotos: Divulgação