As danças tradicionais gaúchas se perpetuam por meio das invernadas

Os pares precisam estar harmonizados no ritmo correto, movimento, sapateio e sarandeio. Essas danças antigas vão passando de pai para filhos, durante gerações

As invernadas de danças que vivem a tradição dos gaúchos, todos os dias ensaiando para que cada passo seja feito corretamente tanto pelo peão, quanto pela prenda. Cada Centro de Tradições Gaúchas (CTG) têm seus grupos de dança que se chamam invernadas.

Nas competições de danças artísticas dos rodeios, cada invernada é integrada por casais que dançam uma sequência sorteada de danças. Para tanto o grupo deve ter ensaiado todas, pois serão avaliados por quesitos técnicos e artísticos em qualquer das danças sorteadas.

Isso porque temos um livro “Manual de danças gaúchas” que deve ser seguido à risca, principalmente nos concursos de danças no Rio Grande do Sul.

Os pares precisam estar harmonizados, no ritmo correto, movimento, sapateio, sarandeio, compassos. Isso tudo chamamos aqui no sul de “Tradição”, essas danças antigas que vão passando de pai para filhos, durante gerações.

 Rafael Palma Machado

Professor de danças tradicionais gaúchas

 Rafael é graduado em Administração, funcionário da Prefeitura Municipal de Alegrete, atuando na área da Secretaria de Cultura e professor de danças das invernadas (mirim, juvenil e adulta) do Grupo Nativista Ibirapuitã, CTG Crioulos do Caverá (pré-mirim e mirim) de Rosário do Sul, CTG Querência Xucra (mirim e juvenil) de São Gabriel e CTG Nova Querência (mirim e juvenil) na cidade de Buritis no estado de Minas Gerais.

1-Como estão se sentindo os alunos das invernadas de danças com a parada dos ensaios, por causa da pandemia?

-Certamente todos os alunos estão ansiosos pela volta dos ensaios de danças, estão sempre perguntando quando vamos voltar. O grupo de danças era o lugar, onde estavam diariamente juntos, sendo que a maior parte do lazer deles era dentro da entidade tradicionalista, eles sentem a falta dos ensaios, dos rodeios, dos concursos e dos amigos.

2-Você acha que essa parada tão longa dos ensaios, não vai desmotivar principalmente as crianças e jovens dentro do tradicionalismo?

-Essa parada foi necessária devido a pandemia, não tínhamos como seguir fazendo nossas atividades, porém vamos perder muitas crianças, jovens e adultos nos nossos CTGs. Vamos ter que passar por uma grande reformulação no tradicionalismo, assim que pudermos retornar. 

Vai ser um recomeço do trabalho, com muita luta e muita dedicação. Desmotivados todos já estão, mas temos a esperança que quando tudo estiver voltado, todos estarão com muita vontade, pois a saudade de dançar é grande.

-3- O que você pensa sobre o cancelamento do desfile farroupilha e das festividades com aglomerações na semana farroupilha?

-De acordo com tudo que está acontecendo, temos que dar o exemplo, nossa cidade está se saindo bem nas decisões, mas o povo precisa ajudar, tomara que não tenhamos problemas na Semana Farroupilha, pois o povo vai estar sentindo falta de tudo que acontece na semana mais esperada por todos na cidade mais gaúcha do Rio Grande do Sul.

Rafael trabalha juntamente com sua esposa Tayara Carus, antes da pandemia davam aulas para 8 grupos de danças de categorias e cidades diferentes. 

Atualmente continua somente com as aulas de chula na entidade Grupo Nativista Ibirapuitã, seguem esperando para que aos poucos, consigam voltar as aulas, sempre respeitando todas as medidas necessárias.

Texto Márcia Ximenes Nunes

Edição: Dulce Maria Rodriguez

Fotos: Arquivo Rafael Palma Machado

Post Author: Agro Floresta

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