O BID facilitará financiamento aos países amazônicos para impulsionar a “bioeconomia”

O anúncio foi feito nesta terça-feira na II Cúpula Presidencial pela Amazônia, realizada virtualmente pela pandemia Covid-19

O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) fornecerá linhas de financiamento aos sete países que assinaram o “Pacto de Letícia” no ano passado, que visa coordenar a conservação da Amazônia, para implementar iniciativas voltadas ao desenvolvimento sustentável e à bioeconomia no ” pulmão do planeta “.

O anúncio foi feito nesta terça-feira na II Cúpula Presidencial para a Amazônia, realizada virtualmente pela pandemia Covid-19, para rever os avanços do “Pacto de Letícia”, assinado em setembro naquela cidade, capital do departamento Colombiano do Amazonas.

“A biodiversidade amazônica desempenha um papel muito importante na prestação de serviços ambientais locais e regionais, sendo a bioeconomia e o uso sustentável da biodiversidade uma das principais oportunidades de trabalho público-privado”, disse o presidente do BID, Luis Alberto. Castanho.

O presidente colombiano e anfitrião da reunião, Iván Duque, avaliou “a criação de um mecanismo de financiamento e apoio ao plano de ação do ‘Pacto de Letícia’”, embora não tenha especificado a cifra com a qual o IDB.

“Este pacto faz um apelo ao enfrentamento de inimigos comuns que ecoam aos olhos da humanidade. Refiro-me principalmente ao narcotráfico, às plantações ilícitas. Quando plantam um hectare, estão destruindo quase dois hectares de floresta tropical úmida”, disse Duque.
 
Além do presidente colombiano, a cúpula contou com a presença dos chefes de estado do Brasil, Jair Bolsonaro; da Bolívia, Jeanine Áñez; do Equador, Lenín Moreno, e do Peru, Martín Vizcarra, além de representantes do Suriname e da Guiana.

Fundo Amazônia

Os países concordaram em “estabelecer os arranjos institucionais correspondentes, a fim de garantir a melhor canalização e execução dos recursos de todas as fontes de financiamento disponíveis”.

O objetivo, detalham em comunicado conjunto, é “mobilizar recursos para a conservação e uso sustentável da biodiversidade, a mudança nos padrões de produção e consumo, a economia circular, o desenvolvimento sustentável e a bioeconomia na Amazônia”.

Para conseguir o objetivo, buscarão promover iniciativas “em áreas como infraestrutura sustentável, cidades sustentáveis, turismo sustentável, agrosilvicultura e produção silvipastoril”, bem como “ações de combate às atividades ilegais, prevenção e resposta a desastres e monitoramento da cobertura florestal”.

Nesse sentido, a presidente interina da Bolívia assegurou que seu país adere “com satisfação à iniciativa de criar um fundo para a Amazônia sob gestão do BID”.
 
“Ao mesmo tempo destacamos a colaboração com os países signatários do ‘Pacto de Letícia’ para finalizar uma proposta regional ao Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF, por sua sigla em inglês) e ao longo desse cenário enfatizo o papel dos povos indígenas no manejo sustentável da floresta amazônica ”, afirmou.
 

Por sua vez, Bolsonaro disse que se trata de “um mecanismo financeiro inovador voltado para os países da região e para os investimentos de quem está disposto a promover a bioeconomia”.

Incorpore o pacto em suas políticas

O plano de ação do pacto visa incorporar 52 iniciativas às políticas públicas e ao cotidiano das autoridades dos sete países, principalmente no que se refere à “prevenção e cuidado com os incêndios florestais”, disse Duque.

Ele acrescentou que as comunidades indígenas também devem ser integradas ao “desenvolvimento de uma bioeconomia na qual queremos vinculá-las de forma sustentável a esquemas produtivos também associados à conservação”.

Nessa linha, Bolsonaro estava convencido de que nessas propostas “separar a Amazônia brasileira do resto não é viável nem para a floresta nem para as comunidades locais”.

“O enfrentamento das atividades ilegais é fundamental para a preservação da Amazônia, mas não é tudo, temos que promover o desenvolvimento sustentável da região”, acrescentou o chefe de estado brasileiro

Conservação e pandêmia

Na cúpula, os líderes também falaram sobre a atenção que dispensaram às comunidades amazônicas e os desafios que enfrentaram durante a pandemia COVID-19.

Na opinião de Vizcarra, a crise do coronavírus “testou, da maneira mais difícil, a resiliência e a coragem da população da Amazônia”, por isso ele considera que muita atenção deve ser dada a como “a ameaça de o aquecimento global pode afetar ainda mais a região. “

“Nesse contexto, só o multilateralismo e as respostas coletivas, coordenadas em caráter preventivo e com base na ciência, poderão fazer frente às mudanças climáticas”, afirmou.

Por isso, o presidente Duque destacou que a cúpula “não é menor” e serve para dizer ao mundo que, apesar de uma pandemia, os países amazônicos têm o compromisso de “proteger esse patrimônio”.

O “Pacto de Letícia” visa fortalecer a ação coordenada de combate ao desmatamento e estabelecer mecanismos para enfrentar conjuntamente as gangues criminosas transnacionais que assolam a selva.

Texto em espanhol: La Estrella de Panamá

Tradução e edição: Dulce Maria Rodriguez

Fotos: Reprodução

Post Author: Agro Floresta

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