Para marcar o Dia dos Povos Originários, a editora Valer traz para a Roda de Conversa deste sábado, dia 19 de abril de 2025, dois respeitáveis artistas plásticos indígenas e um romancista: a artista visual Duhigó e Paulo Dessana, e o professor e autor do livro ‘Canumã – a travessia’, Ytanajé Cardoso. O evento é gratuito.
A roda começa a partir das 9h30, com a palavra do escritor Ytanajé, que abordará a obra de Luiz Lana, ‘Antes o mundo não existia’, em seguida, mediará a conversa com Duhigó, que falará sobre ‘A arte indígena no mundo’. E para mediar essa fala da artista, o convidado é o fotógrafo, cinegrafista e artista visual – Paulo Dessana.
Para a professora doutora em Filosofia, coordenadora editorial da Valer e autora do livro ‘Para aquém ou para além de nós’, Neiza Teixeira, a Valer precisava registrar e apresentar para o mundo esses artistas diversos que representam as Amazônias.
“Desde o início, a editora Valer firmou um compromisso com a sociedade amazonense: desvendá-la. O meio para fazer isso, é a publicação de livros com temáticas amazônicas, e dando espaço para autores e pesquisadores das Amazônias. É o que nós fazemos desde sempre. A Exposição Poranduba Amazonense, que conta com obras de sete indígenas de várias etnias significa mais um passo nessa direção”, disse Neiza.
De acordo com Carlysson Sena, galerista responsável pela Galeria de Arte da Valer Teatro, essa Roda de Conversa expressa o trabalho contínuo que tem sido realizado pela Valer em prol da preservação da cultura indígena, por meio das publicações de autores indígenas, e deu um passo importante com a exposição `Poranduba Amazonense’, que nesse momento está em cartaz na Valer Teatro.
“A Valer escolheu, na sua primeira exposição de arte, obras de artistas indígenas que produzem obras de arte visuais, portadoras de uma mensagem importante a ser absorvida e principalmente apreciada pelos visitantes. Então, essa Roda de Conversa vem para coroar toda essa multiculturalidade que a Valer tem preservado por meio das várias expressões artísticas”, ressaltou Carlysson.
Leitura para a criançada
De acordo com a gerente da Livraria Valer Teatro, Arylane Lopes, haverá leitura para a criançada de livros infantis escritos por indígenas no hall da livraria.
“Você que quer vir participar da Roda de Conversa e estava preocupado em deixar seus filhos, pode vir para a livraria Valer, onde vamos realizar a contação de histórias de temática indígena. Será imperdível.”, disse Arylane.
Sobre os convidados
Duhigó
Com 20 anos de carreira artística e uma vasta produção de obras de arte inspiradas na cultura indígena, em especial, nas suas próprias memórias enraizadas no povo Tukano, sua etnia de origem, Duhigó conquistou um lugar de destaque na história da arte amazonense e brasileira ao se tornar a primeira mulher indígena amazonense a compor o renomado acervo do Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (MASP), considerado o maior do país. O MASP possui atualmente 11 mil peças artísticas e é considerado o mais importante museu do Hemisfério Sul.
Duhigó (que significa “primogênita” na língua Tukano) tem admiradores e colecionadores de sua arte no Brasil e no exterior. Nasceu na aldeia Paricachoeira, município de São Gabriel da Cachoeira, região do Alto Rio Negro, no Amazonas. É filha de pai Tukano e mãe Dessana. Mora em Manaus desde 1995 e concluiu o curso de Pintura na Escola de Arte do Instituto Dirson Costa de Arte e Cultura da Amazônia, em 2005, tornando-se a primeira indígena da etnia Tukano a se profissionalizar nas artes visuais. É representada pela Manaus Amazônia Galeria de Arte, empresa que agencia a carreira da artista no mercado nacional e internacional.
Em 2019, Duhigó participou da exposição “Nipetirã – Todos”, na Galeria do Largo, espaço administrado pela Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Amazonas. A mostra, promovida em parceria com a Manaus Amazônia Galeria de Arte, reuniu mais de 120 obras assinadas por indígenas das etnias Wanano, Tukano, Apurinã e Kamadeni. Pinturas, quadros de marchetaria e esferas de acrílica sobre ouriço de castanha do Pará feitas por Duhigó (Tukano), Dhiani Pa’saro (Wanano), Sãnipã ( Apurinã/Kamadeni) e Yúpuri (Tukano).
Paulo Desana
Paulo Desana é um Cinegrafista e Fotografo indígena e está frente da Produtora Dabukuri Entretenimento, produtora que produz material audiovisual e artevisual sobre a cultura Indígena, em parceria com a Jornalista Ana Amélia e a comunicadora indígena Daniella Yepá.
Foi o Diretor de fotografia do Mini Documentário Ciência e Culinária (Cooking and Science) sobre a formiga Maniuara na cultura dos Povos Hupdas, atuou como cinegrafista no Documentário Cobra Canoa, e no curta de Ficção Wuitina Numiá (Meninas Coragem), o curta foi premiado no Festival de Cine Independente de San Antonio no Equador como melhor Curta Metragem de 2022, Paulo foi também foi cinegrafista do Documentário O Dabucuri, ambos são produção da Shine a Light (USA)/Usina Da Imaginação (Brasil).
Ytanajé Cardoso
Doutor em Educação (2019-2023) pela Universidade Federal do Amazonas. Mestre em Letras e Artes (2015-2017) pela Universidade do Estado do Amazonas. Graduação em Letras – Língua Portuguesa (2011-2014) pela Universidade do Estado do Amazonas – UEA. Foi bolsista da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas, desde a graduação até o doutorado. Professor da Secretaria de Educação e Desporto do Amazonas (Seduc), desde 2016. Atuou como professor substituto da Universidade Federal do Amazonas (2018-2020). Atua como professor colaborador dos cursos de Pedagogia Intercultural Indígena, da Universidade do Estado do Amazonas, desde 2017. Faz parte do Núcleo de Estudos de Linguagens da Amazônia – NEL – Amazônia (Ufam) e do Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação Escolar Indígena e Etnografia (UEA). É escritor, autor da obra ‘Canumã: a travessia (2019). Atua nas áreas de línguas indígenas, literatura indígena, educação escolar indígena, análise de discursos, políticas linguísticas.
Fonte: Assessoria de Comunicação