Marinha registra embarcações sem tripulantes em operação inédita

Em um movimento inédito no país, a Capitania dos Portos do Rio de Janeiro (CPRJ) realizou a inscrição das primeiras embarcações autônomas, capazes de operar sem tripulação a bordo. O marco representa um salto tecnológico no setor marítimo nacional, com impacto direto na segurança, eficiência e sustentabilidade das operações navais. Com apoio do Com1ºDN e da Diretoria de Portos e Costas, a ação alinha o Brasil às práticas internacionais mais avançadas.

 

Tecnologia de ponta sob supervisão da Autoridade Marítima

A CPRJ inscreveu inicialmente duas embarcações brasileiras voltadas para operações comerciais e de apoio marítimo. Esses sistemas navais não tripulados são capazes de realizar atividades como levantamento hidrográfico, transporte de carga, monitoramento ambiental, inspeções submarinas e manutenção de infraestruturas — tudo de forma remota ou autônoma, com elevado grau de precisão.

 

Uma terceira embarcação, oriunda do Reino Unido, também foi registrada — tornando-se a primeira embarcação autônoma estrangeira reconhecida oficialmente pelo Tribunal Marítimo no Brasil, após emissão do Atestado de Inscrição Temporária e da Certidão de Capacitação.

 

A autorização da Marinha estabelece diretrizes rígidas de segurança, controle e rastreamento, assegurando que esses veículos operem de maneira integrada ao sistema de tráfego marítimo e sem riscos à navegação tradicional. Outras duas embarcações autônomas estão em análise documental, o que indica uma tendência crescente de inovação no setor.

 

Inovação com impacto social e ambiental positivo

Além do avanço tecnológico, as embarcações autônomas oferecem ganhos importantes para a sociedade, principalmente nas áreas de proteção ambiental, logística eficiente e redução de riscos humanos em operações de alto risco. A possibilidade de realizar missões em áreas de difícil acesso ou insalubres sem expor tripulantes amplia a capacidade de resposta em emergências e em monitoramento de ecossistemas sensíveis.

 

O uso desses meios em operações de fiscalização, mapeamento costeiro e apoio portuário também representa uma oportunidade para parcerias público-privadas, com impacto direto na economia azul e no desenvolvimento de soluções de engenharia nacional.

 

Esses veículos reforçam o compromisso da Marinha com a sustentabilidade e a modernização da frota, ao mesmo tempo em que inspiram novos modelos de formação profissional e capacitação técnica para uma geração de operadores, engenheiros e gestores navais voltados à era digital.

 

Brasil na vanguarda da navegação inteligente

Com esse passo, o Brasil ingressa no seleto grupo de países que já operam embarcações autônomas legalmente reconhecidas e regulamentadas. A medida é estratégica e coloca a Autoridade Marítima nacional em sintonia com os grandes polos de inovação global, como Noruega, Reino Unido, Japão e Estados Unidos.

 

A inscrição das embarcações pela Capitania dos Portos do Rio de Janeiro, área sob jurisdição do Comando do 1º Distrito Naval, sinaliza o fortalecimento do eixo Rio como hub nacional de tecnologia naval e marítima, abrindo caminho para o desenvolvimento de novos negócios, startups e testes de campo voltados à navegação não tripulada.

 

Mais do que registrar embarcações, a Marinha do Brasil envia um recado claro: o país está preparado para os desafios da revolução tecnológica nos mares, com estrutura normativa, capacidade institucional e visão de futuro. O oceano do amanhã já começa a ser mapeado — e ele é inteligente, seguro e autônomo.

 

Fonte: Defesa em Foco

Post Author: Ryan Jatahy

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