“O preço da ração é a principal dificuldade para o piscicultor no Amazonas”

O secretário de Pesca e Aquicultura Leocy Cutrim informou que estão apoiando a criação de uma cooperativa de piscicultores que vai ajudar nas compras conjuntas de ração para baratear custos

O custo da ração para piscicultura no Amazonas encarece a produção. O valor da ração para os piscicultores que criam tambaqui, matrinxã e pirarucu, espécies amazônicas que se adaptaram à criação em tanques e lagos artificiais, aumentou muito.

Por isso, a principal dificuldade que enfrentam hoje os piscicultores no estado é a ração, que representa 70% dos custos de produção para a piscicultura, disse o secretário adjunto de Pesca e Aquicultura (Sepa) da Secretaria do Estado de Produção Rural Leocy Cutrim.

Em entrevista exclusiva com Agroflorestamazonia.com o titular da pasta disse “A ração subiu bastante de preço isso está causando perdas aos piscicultores. Estamos vendo com a Secretaria do Estado de Produção Rural alguma maneira de tentar reduzir os impostos que pode baratear e viabilizar a cadeia produtiva”, frente a dos outros estados.

O que mostra a tabela dos insumos publicada pela Sepror, referente ao valor da ração no mês de julho são variações nos preços de quase todas as fases respeito ao mês de fevereiro. Sendo os aumentos mais expressivos para a fase crescimento, com 35% de proteína pura, 5 a 6 mm, que de R$ 47 que custava no mês de fevereiro subiu a R$ 73,23 no julho, o que representou um aumento de R$ 26,23.

Seguido pela ração com 34% de proteína pura, 3,5 a 5 mm, que de R$ 57 que custava no mês de fevereiro variou a R$ 77,00 no mês de julho, totalizando uma alta de R$ 20,00

No entanto, a mais utilizada para fase inicial, com 40% de proteína pura, 2 a 8 mm, de R$ 83,85 variou a R$ 102,00 o seja incrementou o valor em R$ 18,33.

A proteína corresponde a 50% a 70% do peso seco do peixe, sendo, por isso, o item da composição mais caro e mais importante. Outros itens necessários são os lipídeos, minerais, carboidratos e vitaminas.

Segundo a publicação a pesquisa é realizada a cada mês, com os preços médios praticados no mercado de Manaus pelos principais fornecedores de insumos.

Conforme o secretario estão apoiando a criação de uma cooperativa de piscicultores que vai ajudar nas questões relacionadas com o preço da ração, quando se fizerem compras conjuntas para baratear custos.

“É preciso planejar a compra da ração e buscar sempre o menor preço, assim como uma ração de qualidade. Além disso, o piscicultor deve armazenar esse insumo de forma adequada e fazer o arraçoamento, processo de oferecer ração em quantidade adequada para cada fase de cultivo do peixe”, acrescentou Cutrim.

Próximas ações

A sua vez a pasta planeja realizar capacitações no interior, sendo o próximo município em Santo Antônio do Içá no Alto Solimões.

Outras das dificuldades que enfrentam os piscicultores é a falta de estrutura. “Estávamos planejando a revitalização dos viveiros com subseção do governo, mas os recursos foram destinados a salvar vidas pela pandemia do Covid-19 e não aconteceu, mas segue no planejamento para o próximo ano”.

Na visão do executivo, a Sepa tem uma equipe muito boa, porém para setembro ou outubro vão aumentar o número de funcionários no interior.

Respeito ao acesso a financiamento bancário explicou que através do licenciamento ambiental se visa promover o acesso do piscicultor e produtor às políticas públicas e benefícios do Governo do Amazonas, facilitando a obtenção do crédito, orientando para emissão da Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP) e para o Cartão do Produtor.

Salientou que a lei da aquicultura está parada na Assembleia Legislativa do Estado.

Texto Dulce María Rodriguez

Fotos: Divulgação

Post Author: Agro Floresta

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