Forças Armadas apoiam comunidades indígenas em todo o País

Quarenta e nove mil indígenas foram beneficiados com 9,5 mil atendimentos e cerca de 25 toneladas de insumos, entre medicamentos, equipamentos de proteção individual, testes para Covid-19 e cestas básicas

O Dia Internacional dos Povos Indígenas é comemorado em 9 de agosto e o Ministério da Defesa presta a sua homenagem apoiando as comunidades indígenas em todo o País. No contexto da Operação Covid -19, deflagrada em março deste ano, a Pasta trabalha incessantemente em prol da saúde e do bem-estar desses povos.

Valendo-se da grande capilaridade das Forças Armadas em todo o território nacional, foram realizadas diversas ações de apoio aos indígenas, por meio de missões interministeriais com as Pastas da Saúde e da Justiça e Segurança Pública. Todas essas ações foram coordenadas pelo Ministério da Defesa, a partir do perfil epidemiológico levantado pela Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI).

O atendimento de saúde prestado evita o deslocamento dos indígenas para os grandes centros nessa época de pandemia. Até o momento, cerca de 49 mil indígenas aldeados foram beneficiados por meio dessas operações, que envolveram 137 profissionais de saúde das Forças Armadas Brasileiras, oportunizou 9,5 mil atendimentos a essa população e levou cerca de 25 toneladas de insumos, entre medicamentos, equipamentos de proteção individual (EPI), testes para Covid-19 e cestas básicas, para as regiões em que vivem.

Em maio, o Ministério enviou reforço de profissionais militares da área de saúde e insumos para hospitais militares de São Gabriel da Cachoeira e de Tabatinga, situados no extremo oeste do Estado do Amazonas e conveniados ao Sistema Único de Saúde (SUS). Essas unidades de saúde recebem pacientes do Alto Solimões e do Alto Rio Negro, onde estão localizadas quase mil aldeias indígenas, de 50 diferentes etnias.

Ainda na Região Norte, o Ministério da Defesa coordenou, de 6 a 11 de junho, a missão interministerial de assistência à saúde nas comunidades indígenas do município de São Gabriel da Cachoeira, no noroeste do estado do Amazonas. Na região conhecida como Cabeça do Cachorro, que fica na tríplice fronteira Brasil, Colômbia e Venezuela, foram contempladas as comunidades Maturacá, Querari e Iauaretê.

Nessa mesma época em que acontecia a missão na região da Cabeça do Cachorro, 12 profissionais de saúde das Forças Armadas, entre médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem embarcaram na Missão Macapá. Os militares ficaram mais de 20 dias auxiliando o recém-inaugurado Hospital Universitário de Macapá, da Universidade Federal do Amapá (UNIFAP), que dispõe de uma ala específica para atendimento a indígenas.

Em 17 de junho, profissionais de saúde das Forças Armadas embarcaram, levando mais de 70 mil itens de proteção individual e insumos médicos, rumo ao município de Atalaia do Norte, no estado do Amazonas. A região abrange grande parte do Vale do Javari, segunda maior área indígena do Brasil. São 85.445 km², onde vivem cerca de 7 mil indígenas, de sete etnias diferentes: Marubo, Matis, Mayoruna (Matsés), Kulina (Pano), Kanamari (Tukuna), Korubo e Tsohom-Dyapa.

A missão Yanomami, deflagrada em 29 de junho, seguiu para Roraima, um dos estados com mais áreas demarcadas como indígenas do Brasil, cobrindo 46,37% do território total; mais de 104 mil km². Durante seis dias, foram quase 4 mil atendimentos nas reservas Yanomami e Raposa Serra do sol.

No período de 17 a 21 de julho, ocorreu a Missão Tiriós, que beneficiou cerca de 2 mil indígenas das etnias Tiryó e Kaxuyana, que vivem nas Terras Indígenas do Parque do Tumucumaque e Paru D’Este. Em sua maior parte essas terras estão localizadas no Estado do Pará e em uma pequena faixa no Estado do Amapá, junto à fronteira com o Suriname.

No momento, este em curso a Missão Xavante. A iniciativa foi dividida em três fases. Profissionais militares de saúde das Forças Armadas reforçam o atendimento médico junto aos indígenas da etnia Xavante, que vivem na região da divisa entre os Estados de Mato Grosso e de Tocantins. Junto com os militares, chegam também medicamentos, testes e equipamentos, além de cestas básicas.

A primeira etapa ocorreu de 27 de julho a 1º de agosto. Foram beneficiadas aldeias localizadas no entorno dos Polos Campinápolis e São Marcos, localizadas próximas ao município de Barra do Garças, em Mato Grosso. Atualmente está em andamento a segunda etapa missão.

Em muitas dessas operações, as instalações dos Pelotões Especiais de Fronteira do Exército são usadas como base para os atendimentos e já se tornaram pontos de apoio para várias comunidades situadas nas imediações de suas sedes. Na Missão Yanomami, por exemplo, foram realizados atendimentos aos pacientes indígenas no 5º Pelotão Especial de Fronteira, em Auaris, e no 4º Pelotão Especial de Fronteira de Surucucu, a 400 km da capital roraimense.

Esse laço de amizade entre a população indígena e os militares tem sido constantemente reconhecido e valorizado. Durante os atendimentos na Terra Indígena Raposa Serra do Sol, o líder Neudino Costa de Souza Macuxi, da Comunidade Maturuca, não escondia a gratidão: “Após os atendimentos, testes e orientações estamos fortalecidos. Obrigado, Forças Armadas, por deixarem a família de vocês para cuidarem das nossas”, agradeceu.

Historicamente, as Forças armadas sempre estiveram envolvidas na assistência às populações indígenas. O Marechal Cândido Mariano Rondon, militar do Exército e descendente de indígenas, deixou legado de proteção e defesa desses brasileiros. Descendente das etnias Bororó, Terena e Guaná, foi um desbravador da fronteira oeste brasileira e da Amazônia, tornando-se conhecido pelo respeito com que sempre tratou os povos indígenas encontrados em suas missões exploratórias.

Com o lema “Morrer, se necessário for! Matar, nunca”, definia como deveriam ser as relações com as populações indígenas, no início do século 20. Ainda hoje, um século depois, suas palavras reverberam e inspiram as Forças Armadas a trabalharem também, no que for possível, em prol dos indígenas brasileiros.

Assim, ao comemorarmos o Dia Internacional dos Povos Indígenas, particularmente neste momento de pandemia, é com ações diretas de apoio à saúde que o Ministério da Defesa presta sua homenagem à comunidade indígena brasileira, caracterizando a manutenção viva do legado do grande Marechal.

Texto com informação da Assessoria de Comunicação Social (Ascom)

Fotos: 2° Sgt Pires – Batalhão de Polícia do Exército de Brasília, Igor Soares e divulgação Forças Armadas

Post Author: Agro Floresta

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