A África é reconhecida como um dos berços da humanidade, um continente que guarda as origens da nossa espécie. Segundo a teoria científica mais aceita, a vida na Terra surgiu há mais de 3,5 bilhões de anos, inicialmente na água, na forma de bactérias, algas e outros microrganismos.
Mais tarde, a evolução deu origem aos primeiros hominídeos, que surgiram de um ancestral comum entre os grandes primatas atuais, há cerca de 7 milhões de anos. Com o tempo, apareceram espécies como o Homo habilis, que viveu entre 2,4 e 1,5 milhões de anos atrás, desenvolvendo ferramentas rudimentares e uma linguagem inicial. Nós, humanos modernos, descendemos do Homo sapiens, que surgiu na África e se espalhou pelo mundo, misturando-se geneticamente com outras populações primitivas na Europa e na Ásia.
Essa conexão científica reforça a importância da África como o ponto de partida para a humanidade e como o berço de um povo que, ao longo dos milênios, contribuiu de maneira decisiva para a formação dos seres humanos.
No Brasil, que inicialmente foi habitado pelos povos originários — nossos irmãos indígenas —, a chegada de diferentes povos ao longo da história moldou a diversidade que nos caracteriza. Hoje, somos um país cosmopolita, composto por descendentes de africanos, europeus, asiáticos e americanos. Recebemos todos de braços abertos!
Infelizmente, uma das páginas mais dolorosas dessa história foi a escravidão. Milhões de africanos foram trazidos ao Brasil à força, mas, mesmo sob condições desumanas, foram essenciais na construção da nossa nação. Hoje, seus descendentes estão em todos os cantos do país, atuando em diversas áreas: são professores, artistas, médicos, advogados, empresários, servidores públicos e trabalhadores fundamentais para o desenvolvimento do Brasil.
O Dia da Consciência Negra é uma justa homenagem a esse povo, que, com sua força, cultura e história, transformou e continua transformando o Brasil. É também um momento de reflexão e luta por um país mais justo e igualitário, onde a grandeza de todos os povos que o compõem seja reconhecida e celebrada.
Salve o Dia da Consciência Negra!
Texto: Professor José Melo, Ex-governador do Estado do Amazonas.
