A guaiaca é um cinto largo de couro que serve para guardar dinheiro, pequenos objetos, relógio, fumo, palha e até mesmo uma arma. Uma peça típica da indumentária gaúcha usada apenas pelos homens.
Como nesse cinto o gaúcho costumava a guardar objetos de valor, veio o nome “guaiaca”, um termo de origem “aimará”, que corresponde a um artigo típico da vestimenta, uma espécie de bolsa pequena feita de couro, geralmente o cinto é da mesma cor das botas.
Antigamente e até os dias de hoje o gaúcho usa diariamente a guaiaca, nas estâncias os peões vão camperear o gado bovino e ovino a cavalo ou revisar as cercas, ela é sempre usada na cintura em cima da bombacha, ali ele carrega o que for necessário sem precisar voltar para a casa como: fumo, faca, relógio e hoje em dia o aparelho celular também.
Nos tempos que se iniciou o Rio Grande do Sul os peões se deslocavam de uma cidade para outra a cavalo, às vezes, com uma carreta junto com ele, porque a viagem era longa por isso o gaúcho carregava nos bolsos da guaiaca o que poderia usar no caminho sem precisar descer dos seus cavalos.
A peça é muito antiga, e na verdade substituiu outra, chamada de chuspa que era uma pequena bolsa de couro sovado ou até de tecido, onde o gaúcho carregava seu dinheiro e o palheiro (até o início do séc. XIX).
As chuspas além de raras, tinham emprego quando ainda não havia surgido a guaiaca (com características atuais), já que a própria faca o gaúcho primitivo a carregava metida no cano da bota.
Além de segurar as peças de roupa, transportar o dinheiro e os avios para fazer o palheiro, precisava aguentar o peso da faca e das armas, que podiam inclusive ser mais de uma. Assim a guaiaca foi se tornando mais larga e forte, diante dos elementos que a ela se iam ajustando por natural funcionalidade da época e caráter de trabalho pessoal.
Se hoje vemos belos trabalhos artesanais de couro em guaiacas, elaborados por guasqueiros que são verdadeiros, artistas, não podemos deixar de registrar que no século passado (e até mesmo nos primórdios deste) encontravam-se verdadeiras joias dessa peça…”