O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou nesta terça-feira (10) uma força-tarefa federal para ajudar o Amazonas a enfrentar a grave crise provocada pela seca. O governo vai investir R$ 500 milhões em obras de dragagem e manutenção nos rios Amazonas e Solimões ao longo dos próximos cinco anos. O objetivo é garantir a navegabilidade segura e o escoamento de insumos essenciais, já que 61 dos 62 municípios do estado estão em situação de emergência devido à estiagem.
“A gente sempre teve a impressão de que esses rios jamais secariam do jeito que estão secando”, declarou Lula, ao destacar a gravidade da situação. A seca de 2024 é considerada a pior enfrentada pela região em 45 anos, impactando diretamente 330 mil pessoas em municípios da Amazônia Legal, que abrange nove estados e cobre cerca de 60% do território brasileiro.
As obras de dragagem vão contemplar quatro trechos críticos nos rios Amazonas e Solimões: Manaus – Itacoatiara e Coari – Codajás, além de Benjamin Constant – Tabatinga e Benjamin Constant – São Paulo de Olivença. O Ministério de Portos e Aeroportos destinou R$ 92,8 milhões para o trecho Manaus – Itacoatiara, no Rio Amazonas, enquanto os outros trechos estão em fase de licitação.
No trecho Coari – Codajás, a previsão é de um investimento de R$ 129,1 milhões, enquanto o trecho Benjamin Constant – Tabatinga deve receber R$ 139,8 milhões. Para o trecho Benjamin Constant – São Paulo de Olivença, o valor estimado é de R$ 112,3 milhões. As demais obras de dragagem ocorrerão no Rio Solimões e serão executadas pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) ao longo do período de cinco anos.
Além das dragagens nos rios, outras ações estão em curso para mitigar os impactos da seca. Entre elas, destaca-se a dragagem na Travessia do Madeira, em Humaitá (AM), com um investimento de R$ 7,8 milhões, além da dragagem em trechos críticos do Rio Madeira entre Porto Velho (RO) e Manicoré (AM), e a travessia da BR-230, com um orçamento de R$ 151 milhões.
O governo também prevê a dragagem no Canal de Navegação do Rio Tapajós, nos trechos críticos entre Itaituba (PA) e Santarém (PA), com um investimento estimado em R$ 117,3 milhões.
Essas ações emergenciais fazem parte do esforço para minimizar os impactos da seca, que já afeta gravemente o abastecimento de água, a produção agrícola e a vida de milhares de famílias na região amazônica.